Depois de Inglaterra e Espanha, CR7 terá um novo desafio na Europa

Melhor jogador do mundo pode estabelecer mais uma grande marca pessoal, sendo campeão de todos os torneios possíveis em três países diferentes

imagem camera(Foto: ISABELLA BONOTTO / AFP)
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Lance!
Turim (ITA)
Dia 16/08/2018
15:47
Atualizado em 17/08/2018
07:30
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Não é de hoje que sabemos que Cristiano Ronaldo é uma máquina de fazer gols e quebrar recordes. O gajo conquistou tudo que disputou na Inglaterra com a camisa do Manchester United e na Espanha, vestindo a camisa do Real Madrid, teve o auge da carreira em números e troféus. Agora na Itália, defendendo a Juventus, o jogador terá pela frente os mesmos desafios de quando despontou para o futebol.

Mesmo após praticamente 15 anos de carreira, com 33 anos de idade, CR7 quer se provar e mostrar que pode repetir o mesmo desempenho apresentado na Inglaterra e na Espanha. O alto investimento dos italianos foi colocado em questão em dado momento, mas se o 'robozão' conquistar a Liga dos Campeões pelo quinto ano consecutivo, o valor pago se provará.

NA TERRA DA RAINHA, O PRIMEIRO REINADO
Um menino de 18 anos chega a um dos clubes mais poderosos e tradicionais da Europa. Apenas um jovem franzino e que desembarcara em Old Trafford com a leve missão de substituir David Beckham.

Nos Red Devils, grandes nomes passaram pelo elenco, mas Cristiano, mesmo no seu início, já se destacava e logo se tornou a estrela da companhia. Nos seis anos em que vestiu a camisa do United, o português ganhou tudo que disputou. Em números, sua carreira na Inglaterra fica abaixo em relação a passagem em terras espanholas. Entretanto, se levarmos em consideração que Cristiano chegou jovem a um campeonato onde o jogo é muito mais disputado, as estatísticas viram a seu favor. 

Em suas três primeiras temporadas, Ronaldo não teve números expressivos individualmente. Resumindo, foram 137 jogos com 38 gols marcados, conquistando apenas uma Copa da Inglaterra e uma Copa da Liga. O United não conquistava títulos expressivos, mesmo com o gajo se destacando pelos dribles e com seus números individuais em uma crescente.

CR7 é ídolo até hoje em Old Trafford (Foto: Adrian Dennis / AFP)

O primeiro Campeonato Inglês veio somente em 2006/07, mas a temporada que dividiu a carreira de Cristiano foi 2007/08. Em 49 jogos, foram 42 gols marcados, com direito a maior média com a camisa dos Red Devils, 0,85 gol por jogo. Ganhou a Liga dos Campeões, a Premier League e Supercopa da Inglaterra, sendo artilheiro de todas as competições e eleito como melhor jogador do planeta naquele ano.

Com o mundo aos seus pés, em 2008/09 não manteve o nível extraordinário de seu ano anterior. Mas mesmo assim conseguiu levar o United ao título da Premier League e para decisão da Champions, mas não saiu vitorioso. Naquela temporada, marcou 26 gols em 53 jogos, média de 0,49 gol por partida. Mesmo derrotado na final do torneio mais importante, Cristiano deu o passo que alavancou sua carreira para a história. Em 2009, assinava com o Real Madrid.

A TENTATIVA DE MANTER A COROA
Buscando um novo ídolo para competir com o Barcelona, que tinha ninguém menos que Lionel Messi começando sua vasta carreira, o Real Madrid investiu pesado para tirar Ronaldo do Manchester United e levá-lo à Madrid. 

Chegando como CR9 (Raúl vestia a 7 na época), o português logo mostrou seu cartão de visitas. Na primeira temporada, fez 33 gols em 35 partidas, com uma incrível média de 0,94, quase um gol por jogo.

CR9 apresentado como jogador do Real(Foto: DANI POZO/AFP)

Na temporada seguinte, Cristiano conquistou seu primeiro título com a camisa merengue, a Copa do Rei, e foi o artilheiro do Espanhol, melhorando a sua marca anterior. Foram 54 jogos na temporada, com 53 gols, média de 0,98.

Com o primeiro título do principal torneio espanhol, veio também a primeira temporada de uma marca sensacional. Em 11/12, o gajo fez incríveis 60 gols em 55 partidas, média de 1,09 gol por jogo. Até então, poucos jogadores haviam chegado a tal marca. Mas se tratando de Cristiano Ronaldo, já sabemos o que aconteceu após isso. 

DE VOLTA AO TRONO EM ALTO NÍVEL
O sarrafo da disputa com Messi foi elevado à última potência e fez com que Cristiano mudasse um pouco de função dentro de campo, se aproximando mais da área e deixando de ser um homem de lado do campo. E deu resultado. Nas quatro temporadas seguintes, o português desandou a marcar gols e ter sucessivas médias com mais de um gol por jogo. 

12/13 - 55 jogos, 55 gols - 1,0 gols por partida
13/14 - 47 jogos, 51 gols - 1,08 gols por partida
14/15 - 54 jogos, 61 gols - 1,12 gols por partida
15/16 - 48 jogos, 51 gols - 1,06 gols por partida

Além de artilheiro da Liga dos Campeões por estas mesmas quatro temporadas, Cristiano conquistou duas vezes a 'orelhuda' e foi eleito o melhor do mundo por duas vezes neste período, colocando seu nome de vez na história do futebol mundial.

Nome gravado na história do futebol (Foto: AFP/FABRICE COFFRINI)

MISTER EUROPA
Mesmo no topo, CR7 continuou como uma máquina de fazer gols e de conquistar troféus. Nas suas últimas  temporadas com o Real Madrid, o português levantou mais um título da liga espanhola e a Liga dos Campeões por mais duas vezes.

Cristiano é o maior artilheiro da história da Champions, ao balançar as redes por 121 vezes. Além dessa marca, é o primeiro jogador a conquistar por cinco vezes o torneio.

NOVO CLUBE, NOVO DESAFIO
Depois de conquistar todos os títulos possíveis pelo Manchester United e pelo Real Madrid, o melhor do mundo terá um desafio curioso pela Juventus. No cenário nacional, Cristiano provavelmente não enfrentará muita resistência, sabendo que a Velha Senhora é dominante na Itália há sete temporadas.

O objetivo da Juve é conquistar a Liga dos Campeões, título que não vai para Turim desde a temporada 1995/96. O pesadelo de ser vice-campeã da Champions por duas vezes nos últimos quatro anos (curiosamente com CR7 de carrasco em uma delas), fez com que o investimento no português fosse necessário para elevar o nível do time.

Novo desafio na carreira (Foto: ISABELLA BONOTTO / AFP)

Agora com o 'Mister Europa' na equipe, o clube italiano conseguiu de uma vez só, enfraquecer um rival direto pelo troféu e se colocar na prateleira dos favoritos para ficar com a orelhuda nesta temporada.

Resta saber se o investimento valerá a pena para os italianos e se a decisão do craque de sair da sua zona de conforto será acertada. Felizmente para quem acompanha futebol, teremos uma temporada interessante para assistir.

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