Dirigente do Barcelona, Deco comenta sobre possibilidade de jogo de despedida de Messi e exalta Vitor Roque

Diretor esportivo concedeu entrevista exclusiva ao Lance!

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João Brandão
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 18/10/2023
16:00
Atualizado em 18/10/2023
17:07
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Diretor esportivo do Barcelona, Deco abriu as portas da Arena Deco Beach, em São Paulo, para conversar com o Lance! sobre o início de seu trabalho no clube catalão. Convidado pelo presidente Joan Laporta para uma nova função na carreira, o ex-jogador abriu o jogo sobre Lionel Messi, Neymar, Vitor Roque e muito mais.

Em posição de liderança de um dos clubes mais importantes do mundo, Deco comentou sobre a ida de Lionel Messi para o Inter Miami após sua saída do Paris Saint-Germain. O dirigente reforçou sua amizade com o argentino, mas ressaltou que o atleta está feliz com sua nova rotina nos Estados Unidos.

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- Eu sou amigo do Leo há muito tempo. A questão da ida dele para os Estados Unidos era algo que estava programado há muito tempo. Ele já comentava dessa ideia lá atrás. O que mudou foram esses dois anos no PSG, que talvez fossem dois anos no Barcelona. Eu não estive nas conversas (pela volta de Messi). Óbvio que o Messi é um dos maiores ídolos da história do clube. Ele agora está feliz e é o que eu acho que ele tinha que buscar na carreira dele. Sobre voltar pro Barcelona, seria algo espetacular, pois é o maior jogador da história, mas as coisas acabaram acontecendo assim e se vê que ele está feliz. Isso é o que mais importa.

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Ainda assim, o brasileiro naturalizado português afirmou que Messi irá fazer um jogo de despedida com a camisa blaugrana, embora não tenha data definida. A expectativa é que essa partida possa acontecer no novo Camp Nou, que está passando por reformas e não tem uma previsão exata para sua reinauguração.

- Eu acho que um jogo de despedida, mas talvez no novo estádio quando tiver pronto. Ele vai ser sempre o maior ídolo da história do clube. O clube teve grandes ídolos, como Cruyff, Ronaldo, mas ele talvez seja o maior de todos. Com certeza ele vai fazer um jogo de despedida no Barcelona, mas quando vai ser, a gente não sabe. Ele está jogando, e espero que jogue mais anos, pois a gente que gosta de futebol, que gosta dele vai estar feliz em vê-lo feliz.

Deco também abriu o jogo sobre a possibilidade do retorno de Neymar na última janela de transferências do verão europeu. Embora as conversas tenham existido, o entorno do camisa 10 da Seleção Brasileira não chegou a apresentar um plano claro para que esse regresso fosse viável por parte do clube.

- Houve conversas com o empresário dele. Isso foi muito mais junto com o presidente, mas a verdade é que a situação nunca foi colocada de uma forma real e como ela poderia ser feita. A gente tem a questão do Fair Play Financeiro que condiciona bastante, mas a situação do Neymar nunca foi colocado de forma concreta. Os números, a gente sabe, o Neymar tinha um salário muito alto, tinha proposta de clubes da Arábia. Era muito difícil para conseguir a volta do Neymar no atual cenário. Ele é um jogador fantástico. Óbvio que ele encaixaria no Barcelona, mas nunca houve uma possibilidade real, além da vontade que ele tinha de voltar do Barcelona.

Oficialmente no Barcelona desde agosto, Deco espera construir uma nova história vitoriosa no clube o qual ajudou a vencer uma Champions League, como jogador. O dirigente também falou sobre a chegada de Vitor Roque ao clube catalão e sobre as pretensões blaugranas no futuro.

Deco chega com a missão de recolocar Barcelona nos trilhos dos triunfos (Divulgação)

CONFIRA OUTRAS RESPOSTAS DE DECO:

CONVITE DO BARCELONA

- Na verdade, eu aceitei o desafio. Tive que mudar completamente de vida. Eu sempre tive na minha carreira alguns convites para trabalhar como diretor. Era algo que eu pensava, mas nunca tinha colocado em prática, pois a empresa foi crescendo. Então, acho que foi uma mudança que eu já tinha um pensamento lá atrás. Pessoalmente, eu podia tomar essa decisão. Meus filhos mais velhos já estão na faculdade e com uma vida um pouco mais independente. Isso fazia com que eu conseguisse tomar essa decisão de voltar ao clube.

FUNÇÃO DO DIRETOR ESPORTIVO

- A grande responsabilidade é a gestão esportiva. Tudo que envolve o departamento de futebol, desde médico, comunicação. O Barcelona é um clube muito grande, então todo dia tem alguma coisa pra fazer. Agora a gente tem bastante jogador machucado. Esse verão foi muito complexo, pois tivemos saídas e entradas de jogadores. Não foi uma janela fácil, porque a gente teve com a limitação do Fair Play Financeiro faz com que a gente tenha que ser inteligente na hora de abordar o mercado. Passa essa fase e é o dia a dia, acompanhar os jogos, a relação com o treinador, que é importante. Tenho uma relação fantástica com o Xavi e as coisas têm acontecido muito bem.

DESAFIOS NO CLUBE

- É um desafio, mas o Barcelona sempre tem uma capacidade gigantesca de conseguir recuperar. A antiga gestão não foi das melhores. O clube entrou em uma crise financeira grande, mas desde que Laporta entrou, ele tem conseguido melhorar, conseguido reverter. Conseguimos ter uma base importante para conseguir se reconstruir. Conseguimos trazer um treinador que conhecia bastante o que é a realidade do Barcelona. Ele nos deu essa tranquilidade para poder criar e fazer um time. É o treinador perfeito para fazer essa mudança. Ano passado ganhou o campeonato, tem uma base importante de jogadores jovens e temos que encontrar um equilíbrio pra competir no mais alto nível.

CHAMPIONS LEAGUE

- Objetivo para mim é ser campeão em casa no Espanhol. É onde a gente tem que tentar ser todos os anos. Temos o Real Madrid que se reforçou, o Atlético de Madrid também está bem, mas eu acredito que pra nós a Champions League tem que ser uma consequência natural. Se a gente conseguir jogar bem, competir, a gente pode sim voltar a sonhar e ganhar, mas não temos que colocar isso como um drama. Acredito que recuperando a maioria dos jogadores, a gente volte a ser uma equipe muito forte.

NEYMAR NO PSG

- Eu não acho que ele não teve o mesmo sucesso. Ele teve o mesmo sucesso. A diferença é que ele não estava em um dos maiores clubes do mundo, que é o Barcelona. Ele jogou muito no PSG, mas a dimensão do Barcelona é outra. Isso faz com que os jogadores possam aparecer para Bola de Ouro. O Neymar fez temporadas fantásticas no PSG. A diferença é que o PSG, infelizmente, não conseguiu dar a dimensão necessária. O Barcelona, nesse sentido, é um clube que pode projetar muito mais. Eu acho que o Neymar era feliz em Barcelona, estava em um momento fantástico. A gente nunca sabe se houve pressão de alguém para que essa decisão fosse tomada. É muito difícil opinar, mas eu acho que ele jogou muito no PSG.

JOÃO FÉLIX E JOÃO CANCELO

- Os dois chegaram muito bem. Cancelo e Félix são jogadores que foram oportunidades de mercado por empréstimo. São jogadores que se adaptaram muito bem a forma de jogar do treinador. Estamos felizes, assim como outros, como Oriol Romeu, Gundogan, Iñigo Martinez.

CHEGADA DE VITOR ROQUE

- A ideia do Vitor é um pouco reestruturação. É um jogador jovem, que a gente acredita bastante. Nós sabemos que temos um dos maiores centroavantes do mundo, que é o Lewandowski, mas vai chegar o momento em que vamos precisar de alguém para essa posição. O Vitor, podendo incorporar no Barcelona tendo uma referência como o Lewandowski seria um aprendizado fantástico para ele. O Vitor é um jogador daqueles que a gente acredita e aposta bastante no futuro. A gente está tentando que seja o quanto antes possível. O acordo com o Athletico sempre foi condicionado a ele ficar até o final da temporada. Infelizmente, ele teve essa lesão, mas a ideia é que ele venha o quanto antes. Depende de algumas coisas, como o Fair Play. Não tem nada a ver com a parte financeira do clube, são regras da própria liga. E vamos ver o que vai acontecer.

QUALIDADES DE VITOR ROQUE

- O que chama atenção é a capacidade dele de marcar gols tão novo. Isso é algo importante em um clube que quer ser vencedor como o Barcelona. Mas também a capacidade física, de movimentar perto da área. É um jogador que entende bastante o jogo. Nos espaços curtos, ele consegue encontrar soluções para se desmarcar e fazer gols. Acho que é um pouco essa mistura que fez a gente estar apostando nele.

LESÃO DE VITOR ROQUE

- Está previsto encontrar com ele. Um dos motivos que eu vim para cá era isso, encontrar com ele, o pessoal do Athletico para ver a questão dele, como ele está e conversar um pouco com ele, pois desde que o contratamos, não conseguimos encontrá-lo pessoalmente. Na época sim, nosso departamento médico está sempre coordenado com o departamento do Athletico. Nosso médico nos atualiza sempre com o departamento do Athletico, mas o mais importante é que não foi nenhuma lesão grave e ele vai se recuperar rapidamente.

IMPORTÂNCIA DO RAPHINHA

- O Raphinha foi muito importante para o Barcelona no ano passado. Foi importante para a conquista do campeonato, principalmente na segunda parte após a lesão do Dembélé. Assumiu o papel de protagonista. Primeiro ano no Barcelona é sempre difícil para qualquer jogador, mas acho que ele foi muito bem. Esse ano começou bem, teve azar de uma expulsão logo no primeiro jogo, mas voltou a jogar bem. E no jogo que ele estava jogando muito bem, teve uma lesão. Provavelmente ele deve estar recuperado em mais duas semanas, mas contamos muito com ele. É fundamental. Além de ter marcado muitos gols e assistências, é um jogador competitivo e isso para nós é muito importante.

RELAÇÃO COM RAPHINHA

- O Raphinha virou um amigo, tenho bastante carinho. Vi crescer, se tornar pai de família. Fiquei feliz. Sei que tive alguma influência na decisão dele, pois teve uma época que a seleção italiana estava muito em cima dele. Numa conversa, ele perguntou o que eu achava e eu disse que se fosse ele, esperaria pela Seleção Brasileira. Ele até falou da minha situação e eu disse que era situações completamente diferentes. Portugal foi onde cresci como jogador e eu achava que ele tinha pouca relação com a Itália. E eu acreditava que uma hora ele teria uma chance e foi o que aconteceu.

MELHOR JOGADOR COM QUEM ATUOU

- É difícil falar o melhor jogador... Messi, Cristiano, Gaúcho, joguei com Figo, joguei com vários jogadores de alto nível e que marcaram época. Escolher um é difícil. Eu não entro na questão do melhor, mas talvez o mais espetacular foi o Gaúcho. Não tenho dúvidas. Ele fazia coisas diferentes, se divertia. Estive nas melhores épocas da carreira dele e era um jogador que a gente via coisas que talvez não tão determinantes como Messi e Cristiano, mas espetacular de uma forma diferente. Pra quem gosta de futebol, quem viu jogadores como Maradona, Zico, o Gaúcho trazia essa coisa diferente

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