Em Eurocopa equilibrada, potências favoritas ao título deixam a desejar
França e Inglaterra, apontadas como candidatas principais à conquista, fizeram fase de grupos altamente questionável
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Ao longo de sua história, a Eurocopa sempre entregou, a cada edição, uma nova surpresa. Seleções de menor porte alcançaram patamares inimagináveis na competição, enquanto equipes que despontaram como favoritas, por diversas vezes, decepcionaram.
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A edição de 2024, até o momento, não é diferente. Inglaterra e França, consideradas as duas grandes candidatas a erguer o troféu continental, fizeram uma fase de grupos aquém das expectativas.
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A equipe comandada por Gareth Southgate, dentro de campo, é uma estridente monotonia. Parece não entender seu papel na Euro. Em atuações muito ruins, as individualidades não conseguem impor seu futebol, e o coletivo não funciona.
As escolhas do comandante são questionáveis. Cole Palmer, influente em quatro dezenas de gols do Chelsea em 2023-24, não recebeu uma oportunidade sequer como titular. Rashford, decisivo há anos com a camisa dos Três Leões, nem convocado foi. Inúmeras falhas de planejamento por parte de Southgate, que caminha a passos largos para repetir o desempenho visto torneio após torneio.
E na mesma medida em que a Inglaterra decepciona, abre margem para novas histórias. Contando com a alta desconfiança pré-existente sobre Dinamarca e Sérvia, a Eslovênia de Oblak surge como surpresa, pontua diante da favorita, e conquista seu primeiro avanço. Organizada, padronizada e merecedora, características invisíveis na Inglaterra.
Do lado da França, a análise se torna mais complexa. De um time finalista da Copa do Mundo de 2022 e que teve ótimas atuações nas Eliminatórias a uma equipe que parece sem brilho ou empolgação para uma disputa tão importante.
Justificar os jogos ruins apenas embasado na fratura do nariz de Mbappé, em certa altura, soa como ignorância. A ótima equipe parece sentir os efeitos da pressão pelo título continental, principalmente depois da queda dolorida em 2020. E precisa despertar, já que caiu no lado mais difícil do chaveamento.
Por outro lado, a Áustria de Ralf Rangnick deu show. Não faltou coragem para entender que havia um mundo de possibilidades de avanço. Não faltou coragem para perceber que havia chance de liderar a chave. Não faltou coragem para abrir vantagem três vezes diante da Holanda e garantir vaga na fase eliminatória.
No fim das contas, para conquistar a Eurocopa, o grande segredo está nesta palavra. Coragem. Quem joga com medo, sem confiança, já começa uma competição de alto nível atrás de seus adversários. Mas quem joga com coragem, abre margem para a história ser escrita.
Se no Brasil, o mantra "coragem para jogar" é, às vezes, tratado como piada, em competições europeias, se transforma no ingrediente principal para a existência do sonho. Potências que, frente à pressão, estouram. Zebras que, diante das adversidades, se tornam diamantes e cativam simpatia. Essa é a Eurocopa.
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