* Carlos Alberto Vieira, editor-executivo e colunista do LANCE!
Adriano, com um mínimo de preparação e vontade, jogará bem em qualquer equipe. Ele está parado há dois anos e pelo menos há seis (desde a Libertadores-2010) quase nada fez. Mas trata-se de um extra-classe. E tem 34 anos, não é um idoso da bola. Por isso, não tenho a menor dúvida de que o (ex?) atacante, jogando 20% do que é capaz, motivado por ser sócio de uma franquia americana, será destaque e fará um caminhão de gols na NPSL garantindo visibilidade para o Miami e mais uns trocados em seu bolso.
Parece excesso de confiança no seu sucesso, mesmo após o fracasso do Imperador nas suas últimas tentativas, principalmente no Atlético-PR em 2014. Mas imaginemos a seguinte comparação: quase todos nós temos o nosso time de pelada. Aí, por uma série de fatores, há a possibilidade de o seu time contar com o... Roger, que teve uma boa carreira e hoje é comentarista do SporTV. Com a mais absoluta certeza o "time do Roger" terá tudo para engolir a concorrência, pois conta com um cara diferenciado, ex-jogador de qualidade.
Isso acontecerá com o Adriano. Lá nos Estados Unidos o Imperador jogará a "emocionante" NPSL, um campeonato de pelada bem organizado. Torneio semi-amador (uma quinta divisão) que conta com 80 concorrentes. Praticamente uma "Copa Kaiser". O objetivo de qualquer equipe é entrar no Top 8 para o equivalente norte-americano da Copa do Brasil e, assim, disputar uma vaga do país para a Liga dos Campeões da Concacaf. Só que times da NPSL são como os nanicos na Copa do BR: nenhum jamais chegou às oitavas até hoje desta competição que já está na sua edição 102.
Por isso, cuidado quando pipocar notícia de que Adriano estreou fazendo dois gols, que ele é o artilheiro da sua conferência, que postou fotos bacanas no Instagram. Vamos ficar felizes pelo ídolo, mas nada de imaginar que ele voltou com tudo e virará opção para a Copa de 2018. O máximo que dá para especular é que o Imperador, ganhando ritmo de jogo e acabando com a ferrugem de anos, talvez se interesse em encerrar a carreira jogando profissionalmente em time com alguma relevância.