Estrelas decadentes: o que explica a queda no rendimento de Messi e Cristiano Ronaldo?

Apesar de lendários no esporte, craques indicam saída dos holofotes da bola

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Lionel Messi e Cristiano Ronaldo são dois dos maiores jogadores que a história do futebol já testemunhou. Multicampeões por times e seleções, os atletas elevaram o padrão de atuações dentro das quatro linhas. Seus auges pareciam inatingíveis. Apesar disso, atualmente, o momento dos astros indica uma queda brusca de rendimento.

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Você, muito provavelmente, vai achar muito dolorido ler isso, mas ambos vivem os anos finais de suas vitoriosas carreiras no futebol. Messi, aos 37, e Cristiano, aos 39, deixaram de desfilar performances sob os holofotes europeus para atuar em ligas bem menos competitivas, movimento conhecido há tempos no futebol.

A MLS, atual casa de Messi, já foi abrilhantada por nomes como David Beckham, Andrea Pirlo e Kaká. Já a Saudi Pro League, do Al-Nassr, time de CR7, também foi desbravada por Rivellino e Denilson. É bem verdade que, hoje em dia, as ligas norte-americana e saudita possuem maiores investimentos, porém, o padrão segue muito distante para dois gênios deste tamanho.

Messi e Cristiano: contradições que dizem muito

A consequência disso está nas estatísticas, que refletem uma contradição. Messi e Cristiano são dominantes em seus desafios atuais, mas, no contexto competitivo das seleções argentina e portuguesa, deixam a desejar. O Gajo, nesse sentido, pode representar o perfeito exemplo: foram 50 gols em 51 partidas no Al-Nassr, mas nenhuma bola na rede pela Eurocopa 2024, diante de defesas superiores às encaradas no futebol saudita.

O português teve atuação apagada na eliminação diante da França, nas quartas de final do torneio.

Episódio memorável da campanha, o choro com o pênalti perdido diante da Eslovênia foi sintomático. O ‘inabalável’ astro português pode ter, pela primeira vez, se encontrado com a realidade. A idade chegou. E mesmo que CR7 seja um exímio atleta desde as categorias de base do Sporting, os 39 anos pesam: a explosão e a habilidade, duas das principais armas do atacante, deram lugar ao posicionamento e ao oportunismo.

Com Messi, não é muito diferente. Três dias depois de seu rival histórico falhar diante da Eslovênia, foi a vez do argentino dar sinais de queda. Apesar de ofuscada pela atuação incrível de Dibu Martínez, a cavadinha mal sucedida diante do Equador refletiu o desempenho ruim de Messi durante dos 90 minutos de uma partida decisiva.

Lionel Messi atuou abaixo do esperado no duelo contra o Equador. (Photo by JUAN MABROMATA / AFP)

Após “zerar” o futebol com a conquista da Copa do Mundo em 2022, Messi sabe que está vivendo seus últimos anos em campo. E resolveu aproveitá-los de forma tranquila, ao lado de Luis Suárez, Jordi Alba e Sergio Busquets no Inter Miami. Assim como CR7, Leo sobra em estatísticas pela liga nacional, com 21 participações em gols em apenas 12 jogos na atual temporada.

No entanto, a influência pela Albiceleste diminui progressivamente: Messi ainda não marcou gols na Copa América. É justo frisar, inclusive, que a competitividade no futebol de seleções sul-americanas é ainda menor em comparação à Europa.

O contraste entre as atuações por times e seleções escancara a realidade: mesmo após décadas, Messi e Cristiano Ronaldo estão se desacostumando com a competitividade. Moldados pelos anos de dominância na Europa, ambos enfrentam marcadores menos capacitados e defesas espaçadas, e o resultado são so números inflados, mas que não representam a realidade nas quatro linhas.

A temporada 2023/24 de Cristiano Ronaldo pelo Al-Nassr, por exemplo, foi a sétima mais goleadora da carreira, mas esteve longe do brilhantismo de outros anos menos expressivos em números pela Europa.

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