‘Apesar de perder Coutinho, acho que podemos brigar por título’, diz Firmino
Em entrevista ao LANCE!, atacante falou sobre a temporada no Liverpool, disputa por vaga na Copa do Mundo e admitiu que a Seleção Brasileira entra como favorita na Rússia
- Matéria
- Mais Notícias
Na expectativa de conquistar uma vaga na Copa do Mundo da Rússia, Roberto Firmino vive uma das temporadas mais consistentes de sua carreira. Há cinco anos no Liverpool, o atacante acompanha a fase de transição do clube com o técnico Jürgen Klopp e ainda sonha em levantar um título. Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o camisa 9 dos Reds elogiou o treinador alemão e falou sobre a expectativa para o restante da temporada.
- O Liverpool vem evoluindo a cada temporada. O projeto do clube era de ir crescendo a cada ano com contratações, manutenção de elenco, segurança no trabalho do Klopp. E tudo isso tem acontecido. Por isso o time vem fazendo uma boa temporada. O grupo está muito entrosado e estamos conseguindo fazer uma boa Champions. Vamos enfrentar o Porto nas oitavas de final e teremos que fazer duas boas apresentações para garantir a vaga na próxima fase. Apesar da perda significativa do Coutinho, acredito que nosso grupo ainda possa terminar a temporada brigando por título e fazendo boas apresentações - afirmou.
Falando em Philippe Coutinho, Firmino garante que não há ressentimentos após a saída do compatriota para o Barcelona na janela de transferências de inverno. Para ele, é possível suprir a ausência do meia com outras peças do elenco atual dos Reds.
- Não ficou nenhum tipo de mágoa do nosso grupo com o Coutinho. É claro que não queríamos a saída dele porque se trata de um grande jogador e um cara que se dava bem com todo o elenco. O Coutinho faz falta em qualquer time do mundo e conosco não seria diferente, além de ser um dos grandes amigos que fiz no futebol. Infelizmente, a saída foi confirmada e temos que seguir em frente sem a presença dele. O Liverpool tem um elenco com grandes jogadores e tenho certeza de que o nosso treinador tem soluções dentro do grupo para suprir essa ausência - completou.
Confira a entrevista na íntegra:
LANCE!: Você chegou ao Liverpool depois da saída do Suárez. Como foi chegar com essa pressão no clube?
O Suárez é um grande jogador e construiu uma bonita história aqui no Liverpool. É claro que qualquer atacante que chegasse aqui depois da saída dele sofreria algum tipo de pressão. Mas soube lidar muito bem com isso e trabalhei muito para construir minha história com essa camisa. Acredito que eu e o time estamos evoluindo a cada temporada e, nesse ano, estamos fazendo bons jogos em todas as competições. Acredito que a vitória sobre o Manchester City foi prova de que nosso time vai brigar por coisas boas e espero que a gente possa terminar a temporada comemorando um título com a torcida.
Existe um rumor na imprensa inglesa de que o Liverpool pode te oferecer um contrato até o final da sua carreira. Essa conversa realmente existe? Como seria para você chegar a esse patamar em um clube com tanta história?
O Liverpool é um dos grandes da Europa e poder fazer parte da história de um clube tão grandioso é gratificante pra mim. Eu trabalho muito no dia a dia para dar o meu melhor e acredito que os torcedores, a comissão técnica e a diretoria reconhecem minha entrega vestindo essa camisa. Estou muito feliz aqui no Liverpool e não me vejo fora desse clube nos próximos anos. Acredito que estou vivendo uma das melhores fases da minha carreira e devo muito à confiança que o clube depositou em mim desde o início.
Você está vivendo uma temporada incrível, com muito destaque. Como esse esquema do Liverpool tem te favorecido? A chegada do Salah ajudou?
A chegada do Jürgen Klopp foi muito importante para o meu crescimento dentro da equipe. Desde que ele chegou aqui no Liverpool, ele mudou o meu posicionamento, me colocou jogando como centroavante e isso foi o divisor de águas para mim aqui no clube. Como eu jogava em outra função no Hoffeinheim, atrás dos atacantes, precisei de um tempo para me adaptar. Mas quanto mais eu jogo, mais eu treino, mais eu me sinto confortável atuando como atacante e as coisas estão acontecendo de forma positiva para mim e para a equipe.
Em sua primeira Champions na Inglaterra, o Liverpool não passou nem da fase de grupos. Como vê as chances da equipe agora? Qual a sua avaliação do Porto, próximo adversário?
O Liverpool vem evoluindo a cada temporada. O projeto do clube era de ir crescendo a cada ano com contratações, manutenção de elenco, segurança no trabalho do Klopp... E tudo isso tem acontecido. Por isso o time vem fazendo uma boa temporada. O grupo está muito entrosado e estamos conseguindo fazer uma boa Champions. Vamos enfrentar o Porto nas oitavas de final e teremos que fazer duas boas apresentações para garantir a vaga na próxima fase. Apesar da perda significativa do Coutinho, acredito que nosso grupo ainda possa terminar a temporada brigando po título e fazendo boas apresentações.
'A chegada do Jürgen Klopp foi muito importante para o meu crescimento dentro da equipe. Desde que ele chegou aqui no Liverpool, ele mudou o meu posicionamento, me colocou jogando como centroavante e isso foi o divisor de águas para mim'
O Campeonato Inglês esse ano está dominado pelo Manchester City. Vocês conseguiram vencê-los no último fim de semana e quebrar a invencibilidade. Acha que ainda dá para lutar pelo título? Ou o foco é apenas a vaga na Liga dos Campeões?
Enquanto tivermos chances, vamos brigar por títulos de todas as competições que disputamos. Temos um grupo qualificado, com jogadores de muita qualidade e um técnico que tem uma mentalidade vencedora. A vantagem do Manchester certamente é muito grande, mas continuaremos brigando enquanto tivermos chances.
Os torcedores mais novos do Liverpool te adoram, como vemos em quase todos os vídeos do clube. Como é pra você ter esse carinho dos ingleses e servir de inspiração para os mais novos?
Eu me sinto muito bem aqui no Liverpool. Estou muito adaptado à cidade, ao clube, e o carinho que recebo dos torcedores me deixa ainda mais feliz com o trabalho que estamos produzindo. Já participei de algumas ações de marketing do clube e sempre foi muito gostoso sentir esse carinho dos jovens torcedores comigo. Sou muito ligado às crianças também, sou pai de duas... E todo esse apoio me dá ainda mais vontade de conquistar grandes coisas vestindo a camisa do Liverpool.
Quais são as maiores diferenças entre o futebol alemão e o inglês?
Os anos que vivi na Alemanha me ajudaram muito a me formar como pessoa e como atleta. O futebol alemão é mais tático, com poucas jogadas individuais e com equipes equilibradas. Tirando o Bayern de Munique, que vem sobrando nas últimas temporadas. Aqui na Inglaterra podemos ver um equilíbrio maior entre as equipes, uma liga mais competitiva e com jogadores que conseguem ter mais liberdade para tentar jogadas individuais. É claro que esse ano o Manchester City está fazendo uma temporada brilhante na Premier League, mas não é algo normal todo ano.
O Klopp acaba levando um pouco da escola do futebol alemão para vocês. Como é trabalhar com ele? E a relação de vocês dentro e fora de campo? Ele é amigável como aparenta?
Como já disse, o Klopp é um cara fantástico. Eu o avalio como um treinador extremamente profissional, perfeccionista e tem uma mentalidade vencedora. Faz questão de passar o que sabe para todos os seus atletas. Veio para o Liverpool depois de construir uma bonita história no Borussia Dortmund e tem feito um bonito trabalho aqui na Inglaterra. Como atuei muito tempo na Alemanha, me comunico com ele em alemão e funciona muito bem entre nós. Tenho certeza de que o Klopp ficará marcado na história do futebol mundial pelo seu trabalho e suas conquistas.
Quais são os seus maiores amigos no elenco do Liverpool?
Eu me dou bem com todos. Temos um grupo muito entrosado dentro e fora de campo e acredito que esse seja um dos principais motivos pelo bom momento que atravessamos na temporada.
'O Coutinho faz falta em qualquer time no mundo e conosco não seria diferente, além de ser um dos grandes amigos que fiz no futebol. Infelizmente, a saída foi confirmada e temos que seguir em frente sem a presença dele'
Ficou alguma mágoa entre vocês ou no clube com a saída do Coutinho do time, principalmente pela negociação conturbada, com muitos jogos importantes em que ele ficou fora? Como foi quando você soube que ele sairia mesmo? Tentou pedir para ele ficar?
Não ficou nenhum tipo de mágoa do nosso grupo com o Coutinho. É claro que não queríamos a saída dele porque se trata de um grande jogador e um cara que se dava bem com todo o elenco. O Coutinho faz falta em qualquer time no mundo e conosco não seria diferente, além de ser um dos grandes amigos que fiz no futebol. Infelizmente, a saída foi confirmada e temos que seguir em frente sem a presença dele. O Liverpool tem um elenco com grandes jogadores e tenho certeza de que o nosso treinador tem soluções dentro do grupo para suprir essa ausência.
Sua estreia na seleção foi com o Dunga e logo depois da Copa do Mundo de 2014, que foi traumática para o país. Você acha que o fato de você ter iniciado a caminhada com a camisa do Brasil sob o comando de um treinador contestado prejudicou sua imagem com os torcedores?
Não acredito que isso tenha influenciado na minha imagem porque segui sendo convocado mesmo após a saída do professor Dunga. Aquele momento pós Copa do Mundo de 2014 era de muita desconfiança por parte da torcida, da imprensa e até mesmo dos próprios jogadores. Todos queriam dar a volta por cima e era natural que os torcedores cobrassem mais do que o normal naquele período. Cada convocação pra mim é um sentimento de muita alegria, e trabalho muito no dia a dia aqui no Liverpool para fazer o meu melhor em campo e, consequentemente, ser convocado para a seleção brasileira.
Como está sendo essa nova fase da Seleção com o Tite? Você acredita que o Brasil larga como o favorito para essa Copa do Mundo?
O Tite conseguiu resgatar a confiança dos atletas com a camisa da seleção brasileira e acredito que isso tenha sido fundamental na arrancada que demos nas Eliminatórias. Ele conquistou grandes títulos pelos clubes que passou e está em seu melhor momento no comando técnico da seleção. O Brasil, por tudo que já construiu no futebol mundial, sempre entra como um dos favoritos em Copa do Mundo, mas não podemos deixar que esse favoritismo atrapalhe o desempenho. Acredito que, além do Brasil, mais três ou quatro seleções iniciam a competição como favoritas.
Você disputa com o Diego Souza, a princípio, uma vaga na Copa do Mundo. Você está confiante para aparecer na lista do Tite? Acha que jogar na Europa e viver esse bom momento te deixa com uma vantagem?
O Diego Souza é um grande jogador, com muitas qualidades e vive um grande momento no futebol brasileiro. Estou trabalhando muito, não somente hoje, mas há muito tempo, para fazer um bom trabalho pelo Liverpool e, consequentemente, ser convocado para a seleção brasileira. Apenas 23 atletas poderão estar na lista final do professor Tite e sabemos que o Brasil é um país que produz bons talentos a todo o momento. Estou confiante de que estou fazendo um bom trabalho no clube e, claro, fico na expectativa de estar na lista final. Temos ainda alguns meses até a convocação final e todos estarão dando seu melhor por seus clubes para estar na Rússia.
'A mentalidade alemã que carrego desde o Hoffenheim é muito importante para o meu relacionamento com o Klopp e serviu para me moldar como pessoa também'
Você foi um dos destaques da Copa São Paulo de Futebol Junior em 2009, pouco antes de sair do Brasil e iniciar a caminhada na Alemanha. Como foi sair tão cedo daqui para tentar a vida no futebol europeu? Quais foram as maiores dificuldades?
A proposta para deixar o Brasil chegou quando eu tinha 18 anos. Eu era muito novo, mas já tinha o sonho de jogar em grandes clubes da Europa. E eu não pensei duas vezes em aceitar o desafio. No início foi uma grande adaptação, um novo país, comida, cultura, mas não cheguei lá achando que era o melhor, então me adaptei com certa facilidade. Os quatro anos que atuei na Alemanha mudaram bastante a minha mentalidade e, certamente, me ajudaram bastante. A mentalidade alemã que carrego desde o Hoffenheim é muito importante para o meu relacionamento com o Klopp e serviu para me moldar como pessoa também.
Pensa em voltar a jogar no Brasil no futuro? Qual seria o clube da sua preferência e por quê?
O Brasil é o meu país e é claro que sinto muita saudade. Mas nesse momento estou muito feliz aqui na Europa e quero deixar esse pensamento de retornar ao futebol brasileiro mais pra frente. Minha mentalidade no momento é construir uma bonita história aqui na Europa.
Você chegou a ser sondado por outros clubes do Brasil e do mundo nas últimas janelas? Quais? Pensa em deixar o Liverpool?
Em toda janela de transferências escutamos muitas especulações, mas nada concreto chegou para mim até agora. Estou muito feliz aqui no Liverpool e meu pensamento é construir uma história com muitas vitórias e títulos por esse clube. Tenho contrato com o Liverpool até 2020 e espero cumpri-lo.
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias