Fome e medo: garotos e técnico relatam os dias presos na caverna

Time 'Javalis Selvagens' e técnico receberam alta nesta quarta-feira e deram entrevista após deixarem hospital na Tailândia. Essa é a primeira aparição pública do grupo

imagem cameraJovens tailandeses ficaram mais de duas semanas presos na caverna (Foto: reprodução)
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Lance!
Bangkok (THA)
Dia 18/07/2018
10:56
Atualizado em 18/07/2018
11:07
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Os 12 meninos e o técnico de futebol que ficaram presos em um dos complexo de cavernas de Tham Luang, em Bangkok, capital da Tailândia, por mais de duas semanas e sobreviveram a resgate dramático, deram uma entrevista nesta quarta-feira, em sua primeira aparição pública, após deixarem o hospital.
​Eles deram detalhes de como foram os dias isolados, falaram sobre o resgate, a final da Copa do Mundo e o que querem fazer agora.

Os primeiros dias na caverna 
​No primeiro dia, segundo o treinador, eles não sentiram nenhum problema físico, o que só foi sentido a partir do segundo dia. Um dos garotos afirmou que alguns tentaram cavar um caminho para sair da caverna, mas como a distância era longa, eles não conseguiram.

- Tentamos cavar, pensando que não podíamos esperar as autoridades, mas não adiantou, disse o técnico Ekkapol Chantawong.

Fome e Medo 
Diferentemente do que tinha sido divulgado, o grupo não havia levado comida para a cavidade subterrânea. Ekkapol Chantawong, o técnico, contou que depois de dois dias começaram a sentir mudanças no corpo, já que não comiam nada. 

- Bebíamos a água que caía das pedras, disse Pornchai Khamluan, de 15 anos.

O mais novo do grupo contou que não tinha força física e que tentava não pensar em comida para não sentir mais fome do que já sentia. Segundo os médicos, os garotos perderam em média 2 kg no período em que ficaram presos e recuperaram no hospital uma média de 3 kg cada um.

O treinador afirmou que, no início, eles não estavam tão assustados, porque imaginavam que, ao amanhecer, o nível da água teria baixado, o que não aconteceu. Um dos garotos relatou ter ficado "com medo de não voltar para casa".

Encontro com os mergulhadores
​Sobre a chegada dos dois mergulhadores ingleses, que os encontraram após os nove dias de buscas, Adul Sam-on, de 14 anos, o único a falar inglês no grupo, disse que foi "um milagre" terem sido encontrados e que todos ficaram muito felizes. 

- Foi um choque. O técnico pediu para mantermos calma - contou o menino

Copa do Mundo
​Os garotos afirmam ter assistido ao jogo entre França e Croácia pela final da Copa do Mundo da Rússia, no último domingo e que a maioria deles torceram pela seleção francesa.

Lições e Futuro 
Os meninos também falaram do aprendizado que tiveram durante a experiência na caverna. Um deles afirmou ter “aprendido o valor de muitas coisas e valorizar a si mesmo". Outro afirmou que quer, ser um "cidadão de qualidade". Entre os sonhos, muitos disseram que querem ser jogadores de futebol profissionais.

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