Os 12 meninos e o técnico de futebol que ficaram presos em um dos complexo de cavernas de Tham Luang, em Bangkok, capital da Tailândia, por mais de duas semanas e sobreviveram a resgate dramático, deram uma entrevista nesta quarta-feira, em sua primeira aparição pública, após deixarem o hospital.
Eles deram detalhes de como foram os dias isolados, falaram sobre o resgate, a final da Copa do Mundo e o que querem fazer agora.
Os primeiros dias na caverna
No primeiro dia, segundo o treinador, eles não sentiram nenhum problema físico, o que só foi sentido a partir do segundo dia. Um dos garotos afirmou que alguns tentaram cavar um caminho para sair da caverna, mas como a distância era longa, eles não conseguiram.
- Tentamos cavar, pensando que não podíamos esperar as autoridades, mas não adiantou, disse o técnico Ekkapol Chantawong.
Fome e Medo
Diferentemente do que tinha sido divulgado, o grupo não havia levado comida para a cavidade subterrânea. Ekkapol Chantawong, o técnico, contou que depois de dois dias começaram a sentir mudanças no corpo, já que não comiam nada.
- Bebíamos a água que caía das pedras, disse Pornchai Khamluan, de 15 anos.
O mais novo do grupo contou que não tinha força física e que tentava não pensar em comida para não sentir mais fome do que já sentia. Segundo os médicos, os garotos perderam em média 2 kg no período em que ficaram presos e recuperaram no hospital uma média de 3 kg cada um.
O treinador afirmou que, no início, eles não estavam tão assustados, porque imaginavam que, ao amanhecer, o nível da água teria baixado, o que não aconteceu. Um dos garotos relatou ter ficado "com medo de não voltar para casa".
Encontro com os mergulhadores
Sobre a chegada dos dois mergulhadores ingleses, que os encontraram após os nove dias de buscas, Adul Sam-on, de 14 anos, o único a falar inglês no grupo, disse que foi "um milagre" terem sido encontrados e que todos ficaram muito felizes.
- Foi um choque. O técnico pediu para mantermos calma - contou o menino
Copa do Mundo
Os garotos afirmam ter assistido ao jogo entre França e Croácia pela final da Copa do Mundo da Rússia, no último domingo e que a maioria deles torceram pela seleção francesa.
Lições e Futuro
Os meninos também falaram do aprendizado que tiveram durante a experiência na caverna. Um deles afirmou ter “aprendido o valor de muitas coisas e valorizar a si mesmo". Outro afirmou que quer, ser um "cidadão de qualidade". Entre os sonhos, muitos disseram que querem ser jogadores de futebol profissionais.