Governo do Congo se revolta com Arsenal, Bayern e PSG: ‘Manchados de sangue’
Campanha de turismo polêmica investe no futebol europeu
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Thérèse Kayikwamba Wagner, ministra das Relações Exteriores da República Democrática do Congo, escreveu aos donos do Arsenal, da Premier League. Na carta, ela acusa o clube de financiamento a grupos rebeldes do governo de Ruanda, país da África Oriental. Bayern de Munique, da Alemanha, e PSG, da França, receberam o mesmo documento por conta de acordos semelhantes com a política ruandesa.
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O jornal inglês "The Telegraph" teve acesso à carta da ministra, que exigiu o fim da parceria dos gigantes europeus com a companhia de turismo "Visit Rwanda". Além disso, ela afirma que meio milhão de congoleses foram deslocados na parte oriental do país, com 4 mil tropas ruandesas ativas no território.
— Milhares estão atualmente presos na cidade de Goma com acesso restrito a comida, água e segurança. Incontáveis vidas foram perdidas; estupro, assassinato e roubo prevalecem. Seu patrocinador é diretamente responsável por essa miséria — escreveu Thérèse.
— Escrevo para questionar a moralidade do seu clube, dos seus torcedores e dos seus jogadores sobre o motivo de você continuar seu relacionamento com o "Visit Rwanda". Enquanto o Arsenal jogava sua partida final da primeira fase da Champions League, na semana passada, mais 500 mil pessoas ficaram desabrigadas no leste da República Democrática do Congo — completou a ministra.
Parceira com Arsenal, Bayern e PSG
No Arsenal, a parceria com a "Visit Rwanda" acontece por meio do patrocínio estampado na manga da camisa do time principal. Desde 2018, o clube recebe 39 milhões de dólares do governo ruandês pelo negócio, sendo renovado em agosto de 2021 e com validade até o final desta temporada.
Nesse sentido, o turismo no país aumentou em 8% desde o anúncio. Porém, Ruanda é um país com altos índices de pobreza e subnutrição, dependendo de ajuda externa de organizações internacionais, que representam quase 20% do orçamento local.
Por outro lado, o acordo com Bayern e PSG é mais discreto, visto que acontece em situações esporádicas. O clube alemão tem contrato por mais três temporadas com a companhia de turismo, enquanto os franceses só até o fim de 2025.
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