Hansi Flick lidera revolução e coloca Barcelona no topo de La Liga

Aos poucos, técnico alemão vai modificando o tradicional estilo do clube de posse de bola

imagem cameraBarcelona de Hansi Flick (foto) compete no topo da tabela de La Liga já no início da temporada (Foto: Pierre-Philippe MARCOU / AFP)
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João Marcos
Barcelona (ESP)
Dia 28/08/2024
07:30
Atualizado em 26/10/2024
18:04
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A terceira rodada de La Liga mal começou e já sabemos com quem ficará a liderança da tabela ao seu término: com o Barcelona, que venceu seus três primeiros jogos e não será alcançado por nenhuma outra equipe. Um dos responsáveis pelos ótimos resultados do início da temporada é o técnico Hansi Flick, contratado em julho após a saída de Xavi Hernández, em troca bastante simbólica pelo perfil de cada treinador.

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Isso porque, de um lado, o espanhol era o símbolo de uma filosofia de jogo já tradicional no Barça, de controle do jogo através da posse de bola e da troca de passes curtos. O alemão, por sua vez, ficou marcado por comandar um Bayern de Munique avassalador entre os anos de 2019 e 2020, cujas principais características eram o ataque direto e a pressão forte na saída de bola do adversário, estilo bem distinto daquele consagrado por Johan Cruyff e Pep Guardiola em décadas anteriores.

É verdade que Flick não abriu mão completamente da posse de bola, muito também pelo contexto do Campeonato Espanhol, no qual o Barcelona é um dos times mais fortes e, naturalmente, enfrenta defesas fechadas na maioria de suas partidas. Ainda assim, é possível ver sinais de uma revolução em progresso, uma mudança na identidade da equipe, com um time mais agressivo na marcação, seja pressionando a saída de bola ou abaixando suas linhas após uma escapada do adversário.

Outra característica que indica um processo de transformação na mentalidade do clube é o destaque que os velocistas da equipe passaram a ganhar nestes primeiros jogos da temporada. O brasileiro Raphinha, por exemplo, foi deslocado da ponta-direita do ataque para o centro, na posição do "camisa 10" do 4-2-3-1 do técnico alemão.

Pelas beiradas, Lamine Yamal, craque da Espanha na última Eurocopa, e Ferran Torres, tem liberdade total para buscar jogadas individuais e atacar as costas das defesas adversárias, esperando passes em profundidade.

Lamine Yamal é um dos símbolos da transformação no estilo de jogo do Barcelona, liderada por Hansi Flick (Foto: Pierre-Philippe MARCOU / AFP)

Há pouco mais de 10 anos, quando o Barcelona era comandado por Guardiola, seria impensável imaginar uma equipe com tantos jogadores agudos. Basta lembrar que, em algumas ocasiões, o técnico sequer escalava um centroavante na equipe, optando por encher a equipe de meio-campistas (Busquets, Xavi, Iniesta e Fàbregas) e deixar apenas Lionel Messi solto no ataque, buscando os espaços vazios.

Outra mudança impactante promovida por Hansi Flick logo em seu início de trabalho está na montagem do elenco. Apenas nesta janela de transferências, 15 jogadores deixaram o clube. A lista vai desde jogadores formados na base do clube, como Marc Guiu e Mika Faye, até medalhões como Gundogan e João Cancelo - o primeiro liberado a custo-zero e o segundo não teve o seu empréstimo renovado.

Com essas dispensas, outros jovens com disposição para aprender e se adaptar aos conceitos do novo treinador, como Pau Victor, Marc Casadó e Marc Bernal, passaram a ganhar mais oportunidades

A temporada está apenas no início, e o Real Madrid, atual campeão da Champions League e de La Liga, ainda é o clube espanhol com mais chances de conquista na temporada, especialmente após a chegada de Mbappé. Mesmo assim, o Barcelona mostra que merece mais atenção neste início de temporada, pois pode surpreender.

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