Mario Kempes está na memória de todo torcedor argentino, dos mais velhos aos mais jovens. É uma história transmitida de geração em geração. Seu estilo de jogo ousado gerava devoção e idolatria, assim como tudo no dramático futebol albiceleste que o tem como um dos personagens mais lendários e representativos. E, por tudo isso, sua opinião sobre a final da Libertadores entre Boca e River, nos dias 10 e 24 deste mês, tem muita relevância:
- Nós, fanáticos por futebol, estamos muito felizes de que duas equipes argentinas tenham chegado a essa grande final. É especial porque são os maiores do nosso país e dois dos mais conhecidos a nível mundial. É um jogo que, sem importar o contexto, gera emoções intensas de ambos os lados. Fora do estádio, River x Boca é um tema da sociedade — afirma.
Mario se converteu em goleador máximo e grande figura da seleção argentina, na conquista do seu primeiro Mundial em 1978, no Estádio Monumental de Nuñez, contra a Holanda. Agora, 40 anos depois, o mesmo palco contará a história da maior final de Libertadores já realizada - a ida acontecerá neste sábado, na Bombonera.
- O que mais chama atenção é o torcedor argentino, é o que coloca fogo no jogo. O que se vê no estádio é uma rivalidade impressionante, o publico é o que anima tudo. Vá a um Mundial e verá que cada vez que joga a seleção argentina é diferente. Como o argentino não há ninguém, ele irá para viver-lo (o futebol) e assim será na Bombonera e no Monumental este ano.
Com o intuito de ofuscar a ida de Diego Maradona ao rival Boca Juniors, Kempes chegou ao River Plate em 1981, onde conquistou seu terceiro Campeonato Argentino - os dois anteriores foram conquistados em sua grande passagem pelo Rosário Central.
- Por haver jogado no River, me inclino pela "Banda Roja", mas de qualquer maneira acredito que é uma grande alegria ver um clássico como este em uma final de Copa Libertadores, é o mais lindo que há. Não existe outro clássico com um significado tão grande como para River e Boca, é um evento insuperável por sua paixão e intensidade, não há nenhum no mundo que seja igual - enaltece o artilheiro do Mundial de 78 com seis gols em sete partidas.
Apesar de ter vivido grande parte de sua carreira na Europa, Kempes é a representação do "sentido de pertenencia" (sentido de pertencimento), tão valorizado pelos fanáticos. Assim como Maradona, é visto como um jogador do povo, a representação da sociedade, a ligação de cultura e futebol que une os bairros da cidade. Um ídolo que, antes de tudo, nasceu torcedor.
- A final da Libertadores já começou para nós argentinos, já começamos a viver desde o jogo entre Palmeiras x Boca Juniors, e isso durará até que haja outra final. Não é fácil chegar e muito menos eliminar dois times brasileiros jogando no Brasil, mas agora vem o mais difícil que é jogar a final, em uma final se chega por méritos próprios, agora é necessário vencer e não importa de que maneira - concluiu.