O jogador alemão Mesut Özil causou polêmica ao tirar uma foto ao lado do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Na foto, o meia entregava uma camisa do Arsenal para o político. A foto não teve uma repercussão positiva e o diretor de futebol da Alemanha, o ex-jogador Oliver Bierhoff, chegou a sugerir que Özil fosse cortado da Copa do Mundo. Nesta quinta-feira, o técnico alemão Jurgen Klopp criticou a repercussão.
- Acho essa discussão hipócrita. Coisas ruins aconteceram porque as pessoas não foram informadas corretamente. Mesmo a mídia não deve criar um burburinho em torno de algo assim todos os dias. Apenas se refresque e veja as pessoas por trás dele - criticou o treinador
Além de Özil, outros jogadores, como Gundogan e Enre Cam, também se encontraram com o político. Ainda de acordo com o treinador, os jogadores foram 'seduzidos' pelos políticos e não tiveram a chance de expressar e explicar o que realmente aconteceu.
- E agora dois caras são seduzidos por pessoas politicamente bem inteligentes para terem uma foto, e então têm relativamente poucas oportunidades de dizer o que querem 100 por cento certo - analisou Klopp
Por fim, Klopp ressaltou que não duvida da lealdade dos jogadores com a sua terra natal. Os jogadores citados por Klopp tem ascendências turcas. Para o treinador isso é um motivo para ser celebrado e não questionado. O treinador valorizou a diversidade cultural da Alemanha e disse que isso é algo positivo.
- Esse é um clássico exemplo de absoluta desinformação. Eu conheço muito bem o Gundogan, o Emre Can... Özil não conheço muito bem, mas gostaria de conhecer. Eu não duvido desses jogadores, pelo menos sobre sua lealdade com suas terras natais. A diferença é que eles tem uma coisa a mais. Qual é o problema? Isso é lindo - finalizou o alemão
Quem é o presidente turco?
Recep Tayyip Erdogan é o presidente da Turquia há 15 anos. É um dos homens mais poderosos do país, mas não é unanimidade entre a população. Em 2016, Erdogan sofreu uma tentativa de golpe e reagiu com violência (cerca de 240 pessoas morreram). Desde então, reforçou o seus poderes e, de acordo com a 'BBC', cerca de 107 mil servidores públicos e soldados, além de 5 mil acadêmicos e 33 mil professores perderam seus empregos. Além disso, 50 mil pessoas estão presas à espera de julgamento.