O dia seguinte do anúncio da criação da Superliga por 12 dos maiores clubes europeus foi de temperatura ainda mais elevada.
A Uefa subiu o tom e ameaçou excluir os três semifinalistas da atual edição que já fazem parte deste grupo, Manchester City, Chelsea e Real Madrid. As ligas locais seguiram a mesma toada: La Liga chamou o torneio de elitista, e na Inglaterra até o governo ameaça interceder para evitar jogos da nova competição em seu território.
Em entrevista a uma emissora de TV espanhola, Florentino Pérez, presidente do Real Madrid e da Superliga, afirmou que a união destes clubes vai salvar o futebol e que os jovens não toleram mais partidas de baixo nível técnico. Salvar o futebol enquanto desvaloriza diversos torneios não é uma visão muito humanitária.
Durante uma pandemia, no momento em que o futebol clama por ações mais solidárias e inclusivas, os poderosos da Europa pegam uma estrada separatista e egoísta. As cifras importam mais que o espírito esportivo.
Não bastasse o abismo que separa estes estes clubes de tantos outros que disputam a Liga dos Campeões em busca de um lugar ao sol, agora o movimento é para nem tê-los por perto.
Se concretizada, a Superliga será a nova ordem do futebol mundial. Restrita, mesquinha e dando as costas para o que o futebol ainda tem de melhor.
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