A final da Copa Libertadores não terá apenas as equipes de Boca Juniors e River Plate como protagonistas. A histórica disputa será marcada não só pelo maior clássico do continente como também por um duelo entre outros dois gigantes: os técnicos Guillermo Schelotto e Marcelo Gallardo, ídolos dos rivais. E o comandante xeneize tenta equiparar uma rara gloria que seu oponente já tem na trajetória: conquistar a taça continental como jogador e técnico do mesmo clube.
Guillermo Barros Schelotto, idolatrado pelos torcedores do Boca, onde jogou por dez anos (1997-2017), é o terceiro maior goleador do clube na história da Libertadores, com 25 gols. Ele está atrás apenas de Riquelme (31) e Martín Palermo (30). Recordista de títulos pelos xeneizes como jogador, ele possui seis campeonatos de Primeira Divisão, duas Copas Intercontinentais, quatro Copas Libertadores, duas Copas Sul-Americanas e duas Recopas. Iniciou sua carreira de técnico no Club Atlético Lanús, com o qual conquistou a Copa Sul-Americana de 2013. Em 2016, se dirigiu ao Boca Juniors, onde somou o Campeonato de Primeira Divisão 2016/17 e a Superliga 2017/18.
Marcelo Gallardo foi um dos jogadores mais destacados do River Plate na década de 90, teve três passagens pela equipe e coleciona oito títulos com a camisa Millionária, sendo um deles a Copa Libertadores de 1996. Como treinador, em quatro temporadas de River conquistou nove títulos, sagrou-se campeão da Libertadores em 2015 e chegou à semifinal em 2017, sendo eliminado pelo Lanús.
Gallardo possui a invejável marca de ser campeão da Libertadores como jogador e técnico pela mesma equipe. No duelo entre os rivais, Guillermo é o que carrega mais conquistas na competição, sendo quatro no total. Neste ano, o comandante do Boca Juniors tenta se igualar ao adversário conquistando também a competição continental como técnico pelo clube. O brasileiro Renato Gaúcho, ao levar o Grêmio ao título da edição passada, obteve o mesmo feito de Gallardo - havia sido campeão da Libertadores como jogador em 83 pelo mesmo Tricolor gaúcho.
Além de tentar atingir a marca, Guillermo carrega uma responsabilidade maior. São frequentes os rumores de sua saída caso perca a final para o River. Alguns veículos da imprensa argentina já afirmaram que se o Boca Juniors não for campeão, o comandante provavelmente deixará seu cargo. Seu contrato se encerrará dia 31 de dezembro e poderá não ser renovado em caso de uma "decepção" contra seu maior rival.
Na carreira de técnico, a dupla se enfrentou 12 vezes: foram quatro empates, três vitórias do Boca Juniors de Squelotto e cinco do River Plate de Gallardo. Porém, a história é antiga. Ainda como jogadores, eles se encontraram em oito oportunidades, sendo sete delas num Superclássico.
De fato, não existem figuras melhores para a disputa desta grande final. Marcelo e Guillermo já são ídolos em suas respectivas equipes, tanto fora como dentro de campo. Ninguém representaria tão bem um Boca e River numa final de Libertadores, fazendo o confronto do século o ser também no banco.
— Depois de seis anos, o Boca está novamente disputando a final e, nos últimos 12 anos, é a segunda vez que chega na definição do campeonato. A final da Libertadores é o maior objetivo de qualquer treinador na América do Sul — afirmou Guillermo, em coletiva realizada na tarde desta quinta-feira.