A luta por patrocínios e uma oportunidade para os clubes brasileiros
Lei promulgada no final do ano passado pelo então presidente Michel Temer iniciou abertura do mercado nacional para casas de apostas
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A temporada do futebol brasileiro em 2019 mal começou e já há clubes em busca da primeira conquista. E ela é alcançada fora das quatro linhas, com papéis em vez de bola, caneta no lugar dos jogadores, e longas reuniões em vez de esquemas táticos. Estamos falando da busca por patrocinadores, situação que não está das mais fáceis para muitos clubes do futebol nacional.
Alguns times, que cediam espaço em suas camisas para a Caixa em troca de dinheiro, viram a instituição bancária não renovar os contratos, casos de Corinthians em 2017, e Cruzeiro em 2018. O Tribunal de Contas da União (TCU) definiu que é “irregular a prorrogação de contratos de patrocínio” da Caixa e que “não se constituem em serviço de natureza contínua”. Ou seja, dificilmente o aporte financeiro do banco será destinado aos clubes em 2019.
Devido aos acontecimentos desta natureza, os times perceberam que precisavam de uma outra solução, vantajosa e rápida, para sanar o problema da falta de patrocínio. Principalmente em uma temporada na qual o subsídio financeiro será vital para a disputa de tantos campeonatos. O Corinthians, então, iniciou negociações com sites de apostas.
Caio Campos, gerente de marketing do Timão, não revelou com quem o alvinegro negocia, mas ressaltou a estratégia de patrocínio em outros países, como na Inglaterra.
- O patrocínio de sites de apostas é uma realidade na Europa. Na Inglaterra, eles são a Caixa de lá. Cada clube tem um site de apostas na camisa. Por que não usar aqui? Essa liberação ajuda bastante. É um novo dinheiro para entrar no negócio - disse o dirigente em entrevista ao Estado de S. Paulo.
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A possibilidade de acordo só é possível em 2019 devido à lei promulgada no ano passado pelo então presidente Michel Temer. A decisão legal aborda, entre outras coisas, a criação da modalidade de apostas esportivas, uma espécie de “primeiro passo” até a legalização deste tipo de jogo no país. A partir da lei, é permitido que clubes negociem com empresas de aposta, o que é muito comum em outros países.
Ainda em entrevista ao Estadão e antes do acordo fechado com o Banco BMG, o gerente do Corinthians ressaltou que, apesar de entender as novas oportunidades de mercado, não abria mão de um "nome forte":
- Conto com patrocinador master. O foco de prioridade é o patrocinador. É um desejo da torcida e a gente tem capacidade para fechar. Agora não dá para fechar com qualquer nome. Tem que ser significativo.
PATROCÍNIO AO MODO INGLÊS
Na Inglaterra, país que abriga a Premier League — um dos torneios nacionais entre clubes mais valorizados e amados do mundo —, é mais do que comum que sites de aposta patrocinem os clubes. Para ficar em poucos exemplos, West Ham, Bournemouth, Fulham e Burnley exibem em suas camisas as marcas de BetWay, M88, Dafabet e LaBa360, respectivamente.
Na Championship, a segunda divisão inglesa, a história também não é diferente. Outras empresas de aposta online também fazem valer o espaço na camisa dos clubes para divulgar as suas marcas. E isso tende a se expandir e se solidificar em outros territórios, sejam europeus ou não. No Brasil, o primeiro passo já foi dado, desta vez pelo Corinthians.
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