Em meio ao caos: Síria vence com cavadinha aos 44 e sonha com a Copa
Guerra civil há seis anos, time nacional sem poder jogar no país... Nada impede a equipe de Ayman Hakeem de seguir na batida pelo Mundial da Rússia, em 2018
O futebol, definitivamente, não é só um esporte. Ele é capaz de promover histórias épicas, que vão além de bola na rede. Nesta quinta-feira, a Síria superou as adversidades e manteve vivo o sonho da Copa-2018. Pelo Grupo 1 das Eliminatórias Asiáticas, bateu o Uzbequistão em duelo realizado na Malásia, uma vez os sírios não têm jogado em casa por conta da guerra civil que assola o país. A partida terminou com vitória por 1 a 0 para os mandantes.
O gol do triunfo saiu já nos acréscimos da segunda etapa, com um pênalti cobrado com cavadinha. O respeitável autor atende por Omar Khribin, que deixou a Síria na quarta colocação da chave, com oito pontos - um atrás do próprio Uzbequistão, que está em terceiro lugar e na zona de repescagem.
A vitória pode ser vista como uma suavização em meio ao caos. Bem desde a última fase do torneio classificatório, o time nacional, cabe destacar, não joga em casa desde 2011 e seus jogadores estão impedidos pelo governo de deixar o país para atuar em outras ligas. Mesmo assim, há superação e esperança.
Em tempo, a guerra civil na Síria já matou cerca de meio milhão de pessoas ao longo de seis anos. O futebol local, contudo, segue intocável e com públicos consideráveis nos estádios.
Voltando à seleção síria, que já teve a sua federação tentando contratar José Mourinho, o próximo desafio da equipe Ayman Hakeem será diante da Coreia do Sul, pela 7ª rodada das Eliminatórias, no dia 28, fora.
Uma vitória contra os sul-coreanos pode significar a acentuação do sonho de disputar a primeira Copa do Mundo. A Rússia é o limite - isto se houver limite no futebol.
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