O ex-goleiro e ídolo do Boca Juniors, Hugo Gatti, morreu neste domingo (20), aos 80 anos, em Buenos Aires, na Argentina. “El Loco” Gatti estava internado no Hospital Pirovano há quase dois meses, em decorrência de um acidente de trânsito que o obrigou a passar por uma cirurgia no quadril. Mas a recuperação se complicou por causa de uma doença respiratória grave resultante de uma infecção hospitalar. A traqueotomia realizada e a posterior administração de antibióticos não foram suficientes para salvá-lo.
O diagnóstico médico apontava que o ex-goleiro sofria de pneumonia e insuficiência cardíaca e renal e estava em coma induzido por medicamentos. Diante do quadro irreversível, a família decidiu retirá-lo do respirador mecânico em que ele estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Hugo Orlando Gatti nasceu em Carlos Tejedor em Buenos Aires, em 19 de agosto de 1944 e começou a carreira no Atlanta. Desde o início, já demonstrava ousadia, ao não se limitar em ficar sob as traves e jogar bem com pés para interceptar as bolas cruzadas em sua área. Depois, transferiu-se para o River Plate, clube que defendeu de 1964 a 1968. Em seguida, passou por Gimnasia y Esgrima, de La Plata, e Unión de Santa Fé.
Gatti pegou pênalti de jogador do Cruzeiro na final da Libertadores de 1977
A carreira deslanchou quando se transferiu para o Boca Juniors, em 1976. No clube Xeneize, se destacou como pegador de pênaltis. E foi assim que deu o primeiro título da Libertadores ao clube, em 1977. Na decisão contra o Cruzeiro, ele pegou a cobrança do lateral-esquerdo Vanderlei, e o Boca venceu por 5 a 4. Ao todo, ele defendeu 26 cobranças de pênaltis.
Gatti, que também atuou pela Seleção Argentina, defendeu o Boca até 1988. Também foi campeão da Libertadores em 1978 e do Mundial Interclubes de 1977, contra o Borussia Monchengladbach, além de várias conquistas nacionais.