O ranking da Fifa, divulgado nesta quinta-feira, coloca o Brasil na frente da Alemanha. No entanto, o país europeu, atual campeão da Copa do Mundo e das Confederações, está muito a frente dos brasileiros em um ponto em especial. Investimento na base é assunto tratado como prioridade.
A fabricação da geração que aplicou a píor derrota da história da Seleção Brasileira (veja ao lado) começou a ser concebida após fracassos em duas competições.
– A Copa de 1998 e a Euro de 2000 mostraram que nossa geração era defasada e precisávamos fazer algo. Foi neste momento que o investimento na estrutura da base teve início – declarou o CEO da Bundesliga Internacional, Jörg Daubitzer.
Desde então, os dirigentes alemães tratam a questão como prioridade. Para se ter uma ideia, foram investidos desde 2002 mais de 1 bilhão de euros (R$ 3,74 bilhões) somente com infraestrutura dos centros de treinamento para os jovens jogadores (veja a evolução dos gastos abaixo).
A transformação e vitalidade deste quesito é vital para os clubes que disputam a Bundesliga e a Bundesliga 2. Se eles não atenderem aos pré-requisitos determinados, não podem disputar os torneios.
O L! visitou o centro de treinamentos do Borussia Dortmund. No total, são seis campos de treinamento, sendo quatro para a base, além de quatro de grama sintética, e uma estrutura que supera muito clube profissional no Brasil.
Os resultados falam por si. Na Copa das Confederações, disputada em junho na Rússia, a base da equipe campeã era basicamente formada por jovens, que ganharam rodagem internacional na seleção.
A média de idade dos times da Bundesliga é a mais nova entre as principais ligas europeias. Como se vê, a Alemanha não se acomoda no presente e quer seguir colhendo frutos no futuro.
A GERAÇÃO 7 A 1
Nascidos entre 1984 e 1986
Neuer, Mario Gómez, Schweinsteiger, Mertesacker, Podolski e Lahm.
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Nascidos entre 1987 e 1989
Hummels, Höwedes, Müller, Boateng, Özil, Zieler, Reus, Bender, Schmelzer, Castro e Khedira.
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Nascidos entre 1990 e 1992
Götze, Kross, Schürrle, Gündogan, Durm, Mustafi, Ter Stegen, Leno, Rode, Trapp, Herrmann, Volland, Kramer e Hector.
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Nascidos de 1993 em diante
Draxler, Ginter, Goretzka, Rüdiger, Gnabry, Karius, Geis, Horn, Weigl, Kimmich, Can, Süle, Weiser, Meyer, Wener, Brandt, Öztunali, Seike.
BATE-BOLA Lars Ricken Chefe da Categoria de Base do Borussia Dortmund
‘Estamos no topo por essa virada’
Qual o impacto dessa mentalidade de investir pesado na base dentro do futebol alemão?
Essa transformação e visão do quão importante é para que nossas academias para a base seja cada vez mais evoluída que nos levou ao título da Copa do Mundo de 2014. Gastamos muito dinheiro para o desenvolvimento dos centros. Por isso estamos no topo.
Este tipo de investimento trouxe que tipo de melhorias dentro do processo como um todo?
Os números mostram que investimos mais de 1 bilhão de euros. Não é pouca coisa. Isso faz com que exista o desenvolvimento e surgimento não só de jogadores, como de treinadores. Há também o intercâmbio com a equipe principal, que permite que o comandante do elenco profissional veja, ao andar por 15 metros, o que acontece na base.
É o melhor pacote do futebol mundial?
Não sei (risos). Mas precisamos sempre melhorar o que já foi feito.
Com a palavra
Jörg Daubitzer
CEO da Bundesliga Internacional
'Jovem é prioridade para nós'
Nós percebemos após a Copa de 1998 e a Eurocopa de 2000 que precisávamos rever o desenvolvimento do nosso futebol. Mesmo chegando na final do Mundial de 2002, percebemos que ainda faltava muito para novamente ter uma equipe qualificada na seleção e nos nossos campeonatos locais.
Passamos a investir pesado no desenvolvimento de centros de formação para as categorias de base. E isso acabou virando um pré-requesito para um clube disputar nossas ligas. Se não estiver no padrão, fica impedido de jogar os torneios.
Para nós, tão importante quanto trazer grandes jogadores para a nossa liga é a formação e desenvolvimento de jovens. O título da Copa das Confederações mostrou isso.