Acompanhado pelo pai e por um amigo, em Madri, o atacante Neymar depôs durante uma hora e dez minutos no Superior Tribunal da Espanha sobre a polêmica transferência do Santos para o Barcelona em 2013. Estavam também presentes com o jogador o porta-voz do clube catalão, Josep Vives, e um segurança. O atacante não deu nenhuma declaração aos meios de comunicação que o aguardavam, mas distribuiu autógrafos aos fãs.
Neymar saiu antes do pai, que permaneceu interrogado. Um dia antes, o presidente do Barcelona, Josep Bartomeu, e o ex-mandatário do clube Sandro Rosell foram questionados pelo mesmo tribunal e afirmaram que os Blaugranas agiram corretamente na operação.
Já o Santos foi representado pela advogada Fátima Bonassa. Nesta terça-feira, ela culpou o atacante e o pai por terem ocultado o valor real do negócio.
O pedido partiu do juiz José de la Mata, do Supremo Tribunal da Espanha, atendendo a uma solicitação da Fiscalía do país (espécie de Ministério Público). O magistrado quer a explicação sobre as acusações por supostos crimes de fraude e corrupção na contratação do brasileiro pelo Barcelona em 2013.
A negociação envolvendo Neymar é investigada na Espanha em dois processos distintos. Um deles da Receita Federal, de Madrid, e o outro do Tribunal Provincial de Barcelona. Na capital espanhola, o jogador, seu pai e o Santos são acusados pela Justiça. Já na Catalunha, os alvos são os dirigentes do Barcelona, Josep Maria Bartomeu e Sandro Rosell.
A DIS, empresa que possui partes dos direitos do camisa 11, se sente lesada e reclama do valor oficial da transferência de Neymar para o Barcelona: 17,1 milhões de euros (R$ 75 milhões) - a empresa tinha direito a 40% deste montante. O grupo pleiteia o percentual sobre a quantia final do negócio, que chegou a 86,2 milhões (cerca de R$ 379 milhões), divididos em comissões, acordos comerciais, luvas e várias outras cláusulas.
A negociação envolvendo Neymar é investigada na Espanha em dois processos distintos. Um deles da Receita Federal, de Madrid, e o outro do Tribunal Provincial de Barcelona.
No Brasil, o craque e o pai enfrentam duas acusações: sonegação fiscal e falsidade ideológica. Ambos teriam criado três empresas da fachada para abater o valor dos impostos. A pena prevista pode chegar a cinco anos de prisão.