‘Nova China’? Arábia Saudita assume papel de cenário alternativo no futebol mundial

Êxodo de jogadores de elite para o futebol saudita chama atenção e cria paralelo com futebol chinês em um passado recente

imagem cameraFutebol saudita se torna destino favorito de astros que desejam encerrar a carreira ou ganhar ainda mais (Foto: jorge ferrari / Saudi Pro League / AFP)
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Lance!
Riade (SAU)
Dia 06/07/2023
08:00
Atualizado em 05/07/2023
16:51
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A Arábia Saudita se consolidou como um "bicho papão" de medalhões nesta janela de transferências. O êxodo de jogadores de destaque no futebol europeu para o mundo árabe ganhou força, de fato, com a ida de Cristiano Ronaldo para o Al-Nassr, em janeiro deste ano. O cenário então ganhou destaque, com mais chegadas de peso, como Karim Benzema e N'Golo Kanté (Al-Ittihad), Roberto Firmino e Édouard Mendy (Al-Ahli), Kalidou Koulibaly e Rúben Neves (Al-Hilal).

O "Sauditão" já afetou até mesmo o futebol brasileiro. Luís Castro, que era técnico do Botafogo, deixou o líder do Brasileirão para comandar o Al-Nassr, onde receberá três vezes mais do que ganhava no Brasil. Afinal, este é o maior motivo pelo qual o futebol saudita se tornou tão atraente: dinheiro. Diante desta situação, é quase que impossível negar a semelhança com algo que a China fazia em um passado não tão distante.

NEGÓCIO DA CHINA: CENTRO PERIFÉRICO ATRATIVO
No início da década passada, o futebol chinês recebeu uma injeção de dinheiro, que permitiu que os principais clubes do país, como Shanghai Port, Guangzhou Evergrande e Beijing Guoan, fizessem contratações de peso, afetando também o futebol brasileiro na época. Diversos nomes do país atuaram na China, como Hulk, Paulinho e Oscar, sendo este último o caso mais emblemático, visto que o meia abriu mão de seguir na Premier League (na época, defendia o Chelsea) para atuar no então endinheirado futebol chinês.

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Oscar em ação pelo Shangai (Foto: Reprodução/Twitter Shahgai SIPG)

Contudo, este movimento perdeu força recentemente, por conta da quantidade maciça de jogadores em fim de carreira atuando na China e altos impostos. Além disso, a pandemia da Covid-19, cuja origem se deu em Wuhan, serviu para enterrar de vez toda a força que o país teve como centro alternativo do futebol mundial.

ARÁBIA SAUDITA: INVESTIMENTOS CENTRALIZADOS POTENCIALIZAM CONTRATAÇÕES
A maior prova que os sauditas "não estão de brincadeira" se deu em janeiro deste ano, quando o Al-Nassr foi buscar a contratação de Cristiano Ronaldo, dando início ao movimento que é visto atualmente. Diversos jogadores abriram mão de atuar na Premier League, como Koulibaly, Mendy, Rúben Neves e Hakim Ziyech, para jogar na Arábia Saudita.

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CR7 acredita no potencial da Liga Saudita (Foto: FAYEZ NURELDINE / AFP)

Quando chegou ao Al-Nassr, Cristiano Ronaldo se mostrou confiante no projeto dos sauditas em reforçarem sua liga. O português acredita que o campeonato será um dos "mais fortes do mundo" nos próximos anos. Já Koulibaly, zagueiro que era do Chelsea, falou abertamente que se transferiu para o país puramente pelo dinheiro (o que não falta por lá).

NÃO PARAM POR AÍ
O que torna a situação da Arábia Saudita ainda mais vantajosa do que a da China de alguns anos é, justamente, a força dos investimentos. Os quatro principais clubes do país (Al-Nassr, Al-Hilal, Al-Ahli e Al-Ittihad) recebem injeção financeira do PIF (Fundo de Investimentos Públicos), que é o responsável por ter comprado o Newcastle.

Firmino no Al-Ahli (Foto: Divulgação/Al Ahli)

Ou seja, os investimentos sauditas não se restringem à contratações visando reforçar a liga local. Se expandem para além das fronteiras, com o dinheiro saudita chegando ao grande centro do futebol mundial nos dias de hoje, que é a Premier League. A ideia é fortalecer e popularizar ainda mais o esporte no país, que sonha em sediar a Copa do Mundo de 2034, visto que retirou sua candidatura para ser a anfitriã do Mundial de 2030.

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