Rivais na decisão da Champions League neste sábado, às 16h (de Brasília), no Estádio do Dragão, em Portugal. Manchester City e Chelsea são clubes ingleses com algumas semelhanças em seus históricos recentes. Curiosamente, os Blues podem servir de exemplo para os Citizens, que buscam seu primeiro título europeu.
Com até certa tradição no cenário do futebol inglês, Chelsea e Manchester City eram times que poucas vezes figuraram nas principais competições europeias até serem comprados por donos multimilionários. Com aporte financeiro e investimento forte, os clubes passaram a sentar na mesma mesa dos rivais ingleses tradicionais e se tornaram figurinhas carimbadas na Champions League.
DINHEIRO RUSSO, CONTRATAÇÕES E TÍTULOS
O Chelsea, em 1° de julho de 2003, foi comprado por Roman Abramovich, magnata russo do ramo de petróleo, pelo valor de 140 milhões de libras. Desde a compra do clube, os Blues viraram a sensação do futebol inglês e passaram a competir de igual para igual com Manchester United, Arsenal e Liverpool, até então dominantes no cenário local e internacional.
O investimento feito por Abramovich trouxe grandes jogadores para Stamford Bridge nos primeiros anos, como Joe Cole, Claude Makelele, Petr Cech, Michael Ballack, Didier Drogba, Andriy Shevchenko, Arjen Robben, além do treinador até então campeão da Champions League com o Porto em 2004, um jovem José Mourinho.
PONTO DE PARTIDA
Dali para frente, o Chelsea virou uma potência no futebol inglês. Em 2005, os Blues venceram seu primeiro título inglês em 50 anos, e na temporada seguinte o bicampeonato. Já na Champions League, os Blues sofreram com eliminação na semifinal em 2005, nas oitavas em 2006, novamente na semifinal em 2007, até chegar na final e ser vice, nos pênaltis, para o Manchester United em 2008. Em 2009, os Blues novamente foram eliminados na semifinal para o Barcelona, em um dos jogos mais polêmicos da história da competição.
Contudo, em 2012, o Chelsea conseguiu finalmente atingir o grande objetivo. Nos pênaltis, os Blues venceram o Bayern de Munique, na Alemanha, para conquistar a tão sonhada 'orelhuda' e selar o ápice do investimento feito por Abramovich nove anos antes.
ROTEIRO PARECIDO EM MANCHESTER
Quem acompanha futebol internacional desde o início dos anos 2000 se acostumou com o Chelsea entre os grandes ingleses e no cenário europeu. Contudo, no fim da década, mais precisamente em 2008, o até então 'primo pobre' de Manchester passou a sentar na mesma mesa que os demais. Sheik Mansour, um bilionário dos Emirados Árabes Unidos comprou o clube pela bagatela de 210 milhões de libras, após o clube ter sido comprado pelo ex-primeiro ministro tailândes Thaksin Shinawatra, em 2007.
Desde então, o Manchester City passou a sair da sombra do Manchester United. Mas ao contrário do Chelsea, os primeiros anos da 'nova administração' dos Citizens foram de luta. O City lutou para conseguir sua primeira classificação para a Champions League (que só veio na temporada 2010/2011), apesar das grandes contratações como o brasileiro Robinho e do argentino Carlos Tévez, até então jogador do rival Man United, Yaya Touré, Sergio Agüero e Mario Balotelli.
Já em 2012, enquanto o projeto londrino do Chelsea atingia o seu auge com o título da Champions, o Manchester City viveu o seu apogeu com o título histórico da Premier League, nos acréscimos, com gol de Agüero. Dali para frente, o City conquistou o Inglês por mais quatro vezes (13/14, 17/18, 18/19, 20/21), mas o sucesso europeu, assim como o do Chelsea, demorou para chegar.
ELIMINAÇÕES E MAIS ELIMINAÇÕES
Na Champions League, o City foi eliminado na fase de grupos em duas temporadas consecutivas, em 11/12 e em 12/13. Quando finalmente conseguiu avançar ao mata-mata, o City parou nas oitavas duas vezes seguidas frente ao Barcelona, em 13/14 e 14/15. Na temporada seguinte, os Citizens tiveram outro gigante espanhol como algoz, já que foi eliminado na semifinal frente ao Real Madrid, campeão daquele ano. E quando o City parecia ter exorcizado o fantasma das oitavas, a equipe ficou novamente pelo caminho contra o Monaco de Kylian Mbappé, Fabinho e Bernardo Silva, hoje no City.
A sina de eliminações do Manchester City continuou até quando os confrontos no mata-mata foram rivalidades domésticas. Contra o Liverpool, em 2017/2018, nas quartas de finais. Um dos favoritos daquela edição, o City foi eliminado com um sonoro 5 a 1 no agregado. Já em 2018/2019, também cotado como favorito, os Citizens foram eliminados, também nas quartas, com requintes de crueldade pelo Tottenham, com um empate em 4 a 4 no agregado, onde os Spurs avançaram pela regra do gol fora.
Na temporada passada, quando a Champions teve seu mata-mata reduzido ao jogo único por conta da pandemia da Covid-19, o Manchester City chegou à Lisboa como 'virtual finalista' contra o Bayern de Munique por conta do chaveamento, mas ficou pelo caminho ao ser eliminado novamente de forma traumática, dessa vez pelo Lyon, por 3 a 1.
CAMINHOS PARECIDOS, HISTÓRIAS SEMELHANTES
Chelsea e Manchester City chegam para o duelo deste sábado após passarem por investimentos, momentos históricos e traumas na maior competição de clubes do mundo. O City tenta emular a história do Chelsea e coroar o projeto com o título da Champions League, principal objetivo do clube desde a oficialização da compra em 2008. Por outro lado, os Blues querem se consolidar como um dos maiores clubes do mundo com o bicampeonato europeu. Resta saber qual multimilionário vai levar a melhor no Estádio do Dragão.