ONG denuncia morte de operários e exploração em obras da Copa da Rússia

Human Rights Watch afirma que existem irregularidades em seis das sete arenas visitadas para o Mundial

imagem cameraEstádio Krestovsky, a nova Zenit Arena, é um dos palcos da Copa (Foto: Divulgação)
Dia 14/06/2017
14:58
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Pelo menos 17 pessoas morreram na construção dos estádios para a Copa do Mundo a Rússia, em 2018. Além disso, muitos outros teriam sido explorados e sofrido abusos trabalhistas. As denúncias são do Human Rights Watch, organização internacional não-governamental que defende e realiza pesquisas sobre os direitos humanos.

O relatório, que tem 34 páginas, ainda afirma que a Fifa não foi transparente durante o processo e não demonstrou monitoramento para identificar, prevenir e corrigir as condições de trabalho nas obras para o Mundial. Entre os problemas, estão atrasos ou falta de pagamentos de salários, sem contratos legais e em condições insalubres. Em alguns casos, os trabalhadores precisam fazer o serviço em temperaturas inferiores a 25 graus negativos sem proteção suficiente.

- Os operários que trabalham na construção dos estádios da Copa do Mundo são vítimas de abusos e de exploração, e a Fifa ainda não demonstrou sua capacidade de vigiar de modo eficaz, impedir e remediar os problemas - afirmou Jane Buchanan, autora da reportagem e uma pesquisadora na Rússia. Ela se referiu ao escândalo na entidade em 2015, quando vários dirigentes acabaram presos por corrupção.

A organização afirma que visitou sete obras em estádios para a competição de seleções e constatou irregularidades em seis deles. Na Copa, que será disputada do dia 14 de junho ao dia 15 de julho, serão 12 arenas em 11 cidades. Trabalhadores entrevistados por Buchanan indicaram que tinham medo de falar sobre a situação.

Através de um comunicado oficial, a Fifa rebateu as acusações e críticas sofirdas. Recentemente, a entidade também enfrentou reclamações referêntes à Copa de 2022, no Catar, envolvendo até trabalho escravo.

- A Fifa compartilha o objetivo da HRW de garantir condições de trabalho decentes nos locais de construção dos estádios do Mundial - afirma a nota.

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