Johan Cruyff merece respeito e gratidão por parte dos barcelonistas, e do mundo do futebol por toda sua contribuição dada ao esporte. Não é momento de abrir debates nem mesmo lançar campanhas. É hora de acompanhar a família em sua dor e de não tomar decisões em pleno período emocional. A figura de Cruyff está tendo o reconhecimento dos barcelonistas no Memorial do Camp Nou. O clube tem estado à altura e a torcida, também. Os ex-presidentes do Barcelona assinaram uma carta e confirmaram que irão ao Camp Nou no sábado, no clássico contra o Real Madrid, para participar de uma homenagem ao ídolo, um um grande gesto de reconhecimento.
Mais à frente chegará o momento de tomar as decições, mas agora já se lançaram campanhas para que o Camp Nou receba o nome de Cruyff. Agora não cabe, mas o reconhecimento ao mítico jogador e treinador não deve ser neste sentido. O nome do estádio é o que é e não deve ser mudado, não que não seja merecido. Nem Kubala, nem Cruyff, nem Guardiola, nem Messi. O nome do estádio é e deveria ser Camp Nou.
O Camp Nou se construiu graças a Kubala, que fez o Les Corts pequeno, mas que não se colocou nele o nome do ex-jogador do Barça. A instituição está acima de personalismos. É muito bom que exista reconhecimento, mas há duas questões, seguramente dentre outras, que não devem estar sujeitas a debate: o nome do estádio, que é Camp Nou, e a presidência de honra do clube. Esta deve recair sobre Joan Gamper, que foi o fundador e não devemos abrir discussões sobre estes aspectos institucionais.
Johan Cruyff está tendo o melhor reconhecimento possível, é natural, ele é da torcida que vai ao Camp Nou testemunhar seu apreço por ele. Essa é a recompensa mais valiosa. Passados estas dias, o Barcelona deve estudar a melhor maneira para recordá-lo e homenageá-lo. Agora não é o momento de campanhas nem de outros interesses. Agora é hora de respeito e gratidão.
Santi Nolla - diretor do Mundo Deportivo - Pool do LANCE!.