Opinião: todos nós vivemos na era de Lionel Messi
Na final da Bola de Ouro da Fifa, argentino não está mais na discussão se é o melhor do mundo hoje, mas onde está na lista de maiores do futebol em todos os tempos
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Neymar e Messi estavam quase lado a lado no Estádio Internacional de Yolkohama, no Japão. Com Santos e Barcelona prestes a entrar em campo para a decisão do Mundial de Clubes de 2011, o brasileiro não parava de olhar para o argentino. As câmeras de TV flagraram a expressão de admiração que Messi recebia.
Um diretor do Santos percebeu imediatamente o que acontecia.
- Perdemos o jogo - profetizou.
O Barcelona atropelou o Alvinegro por 4 a 0, no que Pep Guardiola definiu como a melhor atuação do time catalão sob seu comando. Messi fez dois gols, mas poderia ter anotado outros. Neymar quase não pegou na bola. Ele já tinha um acordo com os espanhóis e dizia aos companheiros do elenco que, em um futuro próximo, jogaria ao lado do seu ídolo Lionel Messi. Isso aconteceu em 2013.
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Nesta segunda os dois estarão lado a lado mais uma vez. Será para o anúncio de melhor jogador do mundo de 2015. Os que entendem dos bastidores da Fifa e conhecem os corredores do Barcelona dizem que Messi será eleito o maior do planeta pela quinta vez.
É até possível discutir se o ano de Neymar foi melhor que o de Cristiano Ronaldo, outro finalista e uma máquina de fazer gols. Com Lionel Messi, não.
Os patriotas que me perdoem. Neymar é um craque. Messi é de outro planeta. A discussão quanto ao argentino não é se ele é o melhor do mundo atualmente. É qual seu lugar entre os maiores de todos os tempos. Uma discussão perigosa porque o futebol de hoje é tão diferente do disputado nos anos 50 e 60 do século passado (para citar um exemplo), que se trata quase de outro esporte.
Que justiça seja feita a Neymar. Dono de uma técnica majestosa, ele nunca escondeu a admiração pelo colega de equipe. Pode ser política, mas não parece. Soa como algo genuíno, o que é bom. O atacante brasileiro sabe que está no topo do futebol mundial, atuando em uma equipe que desde 2009, se não é a melhor, está entre as mais incríveis já montadas na história.
A era Messi-Cristiano Ronaldo foi ingrata com um grupo de boleiros que fez ou ainda faz parte da elite. Gente como Iniesta, Xavi, Pirlo ou Ibrahimovic. O sueco que, tal qual David Beckham, não tem o valor reconhecido não por causa do futebol, mas pela percepção que as pessoas têm deles fora de campo.
Neymar possui o tempo ao seu lado para quebrar essa hegemonia. Dificilmente será agora, mas não há o que se lamentar quanto a isso. Em um exercício de futurologia, é possível afirmar que a hora dele vai chegar em um futuro próximo.
Já são quase dez anos em que Messi é a primeira bolacha do pacote. No futebol atual, isso é tão difícil quanto parece. Quebra recordes no meio do caminho, conquista títulos e passa a impressão a quem o assiste que jogar bola é a coisa mais fácil do mundo.
Acumula taças, menos pela seleção argentina, o que faz surgir uma discussão estéril sobre ele não ter vencido um torneio que é o maior de todos, mas que ocorre durante 30 dias, uma vez a cada quatro anos.
Vale a pena adaptar a frase de Fernando Calazans para Zico. Messi não ganhou a Copa do Mundo. Azar da Copa.
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