Passará pelas mãos de Pedro Gallese o sonho do Peru fazer história neste domingo em pleno Maracanã. Depois de uma Copa América na qual teve de driblar adversidades, o goleiro de 29 anos reencontra a Seleção Brasileira contando com a confiança renovada tanto de um país quanto de quem o conhece bem no dia a dia.
- Já faz anos que Gallese é o goleiro número 1 da seleção peruana. Ele se mostra um jogador muito centrado, seguro, com muito boa técnica e reflexa. Eu o vejo em sua plenitude na meta - diz, ao LANCE!, Leao Butrón, veterano goleiro que foi seu companheiro na seleção peruana e com quem atualmente convive no Alianza Lima.
Butrón destaca que a maturidade de Gallese pôde ser vista na maneira como o camisa 1 peruano encarou sua fraca atuação na goleada sofrida por 5 a 0 para a Seleção Brasileira. Aos seus olhos, o titular de Ricardo Gareca soube ter serenidade para lidar com das falhas:
- Nós, que jogamos futebol, entendemos que estamos sujeitos a erros e não é somente uma partida que refletirá como é nossa carreira. A prova de que Pedro (Gallese) soube ter calma já aconteceu durante o jogo. Ele foi e defendeu um pênalti de Gabriel Jesus no fim da partida - e, logo depois, complementou:
- Depois, o Gallese nas fases seguintes, conseguiu ser decisivo. Ele pegou pênalti de Suárez, foi importantíssimo na semifinal com o Chile, também defendendo cobrança de Vargas. Chegar com a fama de "pegador de pênaltis" a uma final é muito importante.
A forma como Gallese encarou os obstáculos na Copa América foi valorizada por um ex-treinador seu. Juan José Oré, que o comandou no Mundial Sub-17, em 2007, detalhou:
- Com certeza, Gallese está revendo os seus vídeos para que não repita os erros do jogo com o Brasil na fase de grupos. Acredito que vá para esta final ainda mais atento e, caso precise defender um pênalti, sem dúvida irá mais confiante para a bola, devido aos bons momentos recentes.
O "Jotita" deixa um recado bem confiante ao seu antigo discípulo:
- Quero desejar o melhor possível para ele. É muito importante que esteja com a cabeça fria, porque é um privilégio levar a seleção peruana a uma final de Copa América após 44 anos de espera. Esta experiência, sem dúvida, será fundamental para seu futuro.
NASCIMENTO DE UM ÍDOLO
A maneira como Gallese foi ganhando espaço no futebol peruano emociona quem o cerca. Juan José Oré recorda como foram os primeiros passos do goleiro na trajetória no Mundial Sub-17:
- Mesmo com Hermoza sendo o titular da seleção, Gallese já se destacava pelo seu comportamento no dia a dia. Sempre foi um goleiro muito alto e que demonstrou muita gana e muita disciplina desde seus primeiros passos. Tanto que, logo cedo, debutou nos profissionais, no Universidad San Martín.
Com a camisa do Universidad San Martín, foi campeão peruano em 2010. Ainda passou por outros clubes do seu país, como Atlético Minero e Juan Aurich, além de ter defendido o mexicano Veracruz, antes de voltar ao Peru para defender o Alianza Lima.
Butrón também destacou que Gallese sempre se mostrou uma pessoa muito leal no convívio:
- Na verdade, passamos a conviver mais em clube ultimamente, no Alianza (Lima). Mas, mesmo quando éramos adversários, quando ele jogava no Universidad San Martín, sempre mantivemos uma relação de muito respeito e de muita amizade. É uma grande pessoa, um grande amigo. Dá para ver que não ganhou o posto de ídolo do Peru por acaso.
'GOLEIRO MUITO QUERIDO E QUE TEM DEMONSTRADO SUA FORÇA'
Butrón não poupa elogios ao seu colega de Alianza Lima. Com a experiência de quem já esteve em cinco edições de Copa América, o goleiro espera uma grande final do compatriota Gallese na meta do Peru:
- Eu digo para todos os peruanos que o Gallese é uma referência espetacular para nossa seleção. Por mais que a gente saiba que o Brasil é favorito, por ser anfitrião, o fato de contarmos com um goleiro de alto nível e que sabe que está em plenas condições aumenta a expectativa dos peruanos. Nós estamos confiantes de que podemos sonhar com este título no Maracanã e contamos com Gallese.
Em seguida, Butrón detalha como os peruanos confiam no camisa 1 de "Los Incas":
- Ele é um goleiro muito querido, que soube se firmar como titular e tem demonstrado tanto sua força quanto a disposição para disputar uma partida que exige tanta responsabilidade para ele. Nesta final da Copa América, ele tem a chance de se consolidar ainda mais na seleção.