Durante um treino do Rosario Central, em jogada isolada, um jovem Juan Antonio Pizzi disputa uma jogada aérea. Roberto Bonano, goleiro, também está no lance e divide a bola. Pior para o argentino naturalizado espanhol. Obstinado, ele retorna ao treinamento, mas deixa a atividade pouco depois com dores. No vestiário, urina sangue. Horas depois, perde um rim.
O episódio não tirou a vontade de Pizzi em continuar a carreira. Passou por México, foi para Espanha, onde se naturalizou e jogou pela seleção nacional. No Chile, já como treinador, trabalho no Santiago Morning e, inclusive, chegou a semifinal de um torneio. Lá, viveu um de seus momentos mais marcantes como técnico, quando autorizou a ida do goleiro Víctor Louola ao ataque. Ele marcou o gol e Pizzi terminou chorando de emoção em uma cena marcante.
Na Universidad Católica, Pizzi é muito lembrado como o último técnico a conquistar um título nacional pelo clube. Mas não apenas por isso. Ele tinha uma série de estratégias de interação com o elenco. Uma delas era jantar com todos às terças-feiras em um restaurante no bairro Bellavista. A ideia começou após uma derrota para o Colo Colo. Desde que foram lá, não perderam mais.
Essa atitude já demonstrava o controle que tinha sobre o elenco. Os jogadores sempre lembram de Pizzi por sua educação. Mas também era rígido na cobrança, mas sem desrespeitar.
- Ele foi corajoso em assumir o Valencia em um momento complicado. Lamentei sua saída, mas o presidente do clube decidiu assim. Firmamos uma relação muito grande entre todos. É um técnico muito capaz, honesto e muito franco com os jogadores - disse Roberto Ayala, ex-jogador argentino El Gráfico.