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Premier League se preocupa com os efeitos que o Brexit pode trazer

Saída do Reino Unido da União Européia pode afetar o futebol e, segundo 'Daily Telegraph', a Premier League ainda não teve esclarecimentos sobre possíveis restrições no mercado

Pogba - Manchester United
imagem cameraEntre as medidas, não poder contratar jogadores estrangeiros com menos de 18 anos. Pogba, com 16 anos, foi contratado pelo United, em 2009 (Foto: Reprodução)
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Londres (ING)
Dia 05/09/2018
15:01
Atualizado em 05/09/2018
15:27

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Os organizadores do Campeonato Inglês estão preocupados com o impacto que o Brexit (a saída do Reino Unido da União Européia) pode trazer para o futebol. Segundo o 'Dailly Telegraph', a Premier League ligou para o Governo para assegurar que não haja restrições nas contratações de jogadores estrangeiros. Medidas como não poder contratar jogadores estrangeiros menores de 18 anos e sem experiência em seleções não agradam aos mandatários da competição.

Na Premier League, 60% dos jogadores não são do Reino Unido
Os dirigentes do principal campeonato da Europa ainda esperam por respostas sobre como isso vai afetar o mercado de transferências. Durante conversas entre o Governo e a Associação Inglesa de Futebol, a Premier League pediu que o futebol seja uma exceção para as novas regras que limitam o acesso dos trabalhadores estrangeiros depois do Brexit.

É natural que a Premier League se preocupe com a as novas medidas do Brexit. Até porque dos 560 jogadores que atuam no campeonato, 340 são fora do Reino Unido, o que dá um total de mais de 60%.

Experiência em seleção como fator decisivo
O medo é que aconteçam restrições para jogadores fora do Espaço Econômico Europeu. Entre as novas medidas, os jogadores da Premier League teriam que ter uma experiência na seleção de seu país para poderem atuar na competição, o que dificultaria as transferências.

Com isso, o Leicester não poderia ter contratado Kanté (chegou em 2015, sem nunca ter jogado pela França) e o Bolton não poderia ter contratado o lateral Marcos Alonso (nunca tinha jogado pela Espanha, quando chegou em 2010). Ambos atualmente são um dos principais jogadores do Chelsea.

Uma pesquisa, comandada pela cientista Laurie Shaw, da Universidade de Havard e pelo 'Daily Telegraph', atestou que 591 das 1022 contratações de jogadores do Espaço Econômico Europeu, durante a era da Premier League, não teriam vistos de trabalho com o Brexit e não seriam concretizadas.

Limitar a contratação de jovens
Outra medida que a Premier League busca refutar é o fato de não poder contratar mais jogadores estrangeiros que tenham menos de 18 anos. Dessa forma, o Arsenal não poderia ter contratado o lateral Bellerin (chegou em 2011, com 16 anos) e Fabregas, em 2003 (chegou com 16 anos). O Manchester United não poderia ter contratado Pogba, em 2009 (vindo do Le Havre, com 16 anos).

Outra regra seria a de que todos os clubes devem ter, pelo menos, oito jogadores ingleses, em uma equipe com 25 jogadores. O atual campeão Manchester City, por exemplo, tem seis ingleses em seu atual elenco. Manchester United  e Tottenham tem sete, Arsenal tem quatro e Chelsea seis. O único com mais de oito ingleses no elenco é o Liverpool, com nove. As duas medidas servem para impulsionar o desenvolvimento do futebol de base da Inglaterra.

Futebol na contramão do preconceito
O pedido da Premier League em "isolar" o esporte desse contexto reflete o futebol dentro da política. O Brexit, assim como uma política mais ostensiva com estrangeiros, principalmente com refugiados, é uma tendência na Europa. A xenofobia e o racismo andam em paralelo e também aumentaram.

Em meio ao preconceito, jogadores estrangeiros fazem sucesso no futebol inglês. O maior exemplo, talvez, seja Salah, do Liverpool. O africano foi uma das sensações da última edição do campeonato e foi o artilheiro, com 32 gols. Salah, porém, não é o único.

Seu companheiro de ataque, o senegalês Mané, é o atual artilheiro da Premier League, com 4 gols. A África é um dos principais continentes que representam os refugiados da Europa e que sofre tantas críticas de uma camada mais conservadora da sociedade.

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