O presidente de La Liga, Javier Tebas, deu fortes declarações contra o novo Mundial de Clubes da Fifa, previsto para acontecer em 2025. O dirigente foi enfático ao pedir o cancelamento da competição. A fala foi feita em um painel do Fórum da União de Clubes Europeus, realizado em Bruxelas, na Bélgica.
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- Quero fazer um pedido ao Infantino e à FIFA em relação ao Mundial de Clubes. Vocês sabem que não venderam os direitos de transmissão do orçamento que fizeram para esse Mundial de Clubes. Não tem os patrocínios que tinham sido orçados. Vocês sabem que as ligas e o sindicato dos jogadores não querem esse Mundial. Cancelem esse Mundial agora - disparou.
Apesar do apelo de Tebas, a Fifa parece disposta a levar a realização do campeonato até o fim. Nesta terça-feira, o presidente da entidade, Gianni Infantino, publicou um vídeo em sua conta no Instagram no qual visita o Lumen Field, casa do Seattle Sounders (Estados Unidos), um dos palcos da competição. A postagem foi feita antes das falas do presidente de La Liga.
As falas de Javier Tebas são apenas mais uma das polêmicas que envolvem a realização do "Super" Mundial de Clubes da Fifa. Recentemente, jogadores dos principais clubes do mundo reclamaram do calendário e citaram a competição como um dos problemas. O mais emblemático deles foi Kevin de Bruyne, do Manchester City.
- O problema vai chegar quando tiver terminado o Mundial de Clubes. Sabemos que haverá somente três semanas entre a final e a primeira rodada da Premier League. São três semanas para tirar férias e se preparar para jogar mais 80 jogos. Talvez passe este ano, mas será um problema no ano seguinte. (...) O problema é que a Uefa e a Fifa fazem mais partidas e podemos tentar dizer alguma coisa, mas nenhuma solução foi encontrada. Eles não se importam. É o dinheiro que fala - disparou o atleta.
Outro jogador que reclamou do calendário foi o volante Rodri, também do Manchester City, que até sugeriu a realização de uma greve. O espanhol, no entanto, focou suas críticas no novo formato da Champions League. Ainda assim, vale lembrar que o meio-campista recebeu apoio justamente de Javier Tebas, que aproveitou as falas para já se posicionar contra a realização do novo Mundial.
Pelo mesmo motivo, três órgãos diferentes do futebol europeu (a European Leagues, a direção de La Liga e o sindicato de futebolistas FifPro) denunciaram a Fifa à Comissão Europeia por abuso de poder. Representantes das três entidades também se manifestaram contra a realização do torneio no Fórum em Bruxelas.
Além do calendário, o novo Mundial de Clubes enfrenta resistência por ser, até o momento, um fracasso comercial. Isso porque a Fifa ainda não vendeu os pacotes comerciais e de transmissão de televisão para o torneio, que promete reunir os melhores clubes do mundo.
Na parte esportiva também sobram indefinições sobre a competição: além de ainda não haver data e critérios para o sorteio, como quais serão os cabeças de chave, nem mesmo o representante do país-sede foi definido - clique aqui para entender o caso.
O novo Mundial de Clubes da Fifa está marcado para iniciar no dia 15 de junho, com final prevista para 13 de julho, nos Estados Unidos. O formato do torneio será parecido ao das últimas Copas do Mundo de seleções: 32 equipes divididas em oito grupos de quatro participantes; os dois melhores avançam para as oitavas de final; no mata-mata, duelos em jogo único para definir os classificados.
Trinta equipes já estão garantidas na competição. Os representantes do Brasil no Mundial de Clubes da Fifa são Palmeiras (campeão da Libertadores 2021), Flamengo (campeão da Libertadores 2022) e Fluminense (campeão da Libertadores 2023).
Boca Juniors e River Plate (ambos da Argentina) também estão garantidos como representantes do futebol sul-americano via ranking. A Conmebol tem direito a mais uma vaga, com representante ainda indefinido, que será oferecida ao campeão da Libertadores desta temporada.