Rafaela Pimenta abre o jogo sobre SAF’s e projeta futuro: ‘Paixão não reforma o Itaquerão’
Empresária vê futebol em "blocos" de clubes no futuro

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Empresária de Haaland e Pogba, Rafaela Pimenta abriu o jogo sobre a relação do futebol com as entradas de SAF's e fundos de investimentos. Em entrevista exclusiva ao Lance!, a superagente também projetou o futuro com o entendimento do que existe no presente.
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Rafaela Pimenta entende que existe uma necessidade de se falar sobre dinheiro no esporte de forma madura em meio as chegadas de SAF's no Brasil e diversas mudanças que vem acontecendo. A agente acredita que esses investimentos são essenciais para o futebol e faz um alerta por conta da relação entre a paixão do torcedor e a visão de quem coloca dinheiro em clubes.
- Eu não tenho nada contra os fundos. Adoro os fundos. Eles fazem um bem enorme ao futebol, porque eles trazem um nível de organização, compliance, transparência. Tudo isso é interessante. Mas por que não posso falar de dinheiro? Futebol também é dinheiro. Se sou um fundo de investimento, seria ridículo imaginar que eu estou no futebol para contar história da carochinha. Se sou um administrador do fundo, tenho que performar. Tenho que entregar resultado, senão ninguém vai investir nesse fundo. Ninguém é idiota. Vamos falar de dinheiro de uma maneira sã. Futebol é paixão, mas com as SAF's, com os fundos também uma necessidade de resultado econômico. Vamos equilibrar e reconhecer que junto desse equilíbrio tem o ser humano. É um balaio de gato. Mas é melhor falar do que não falar e ficar todo mundo posando e falando de paixão. É paixão, mas ela tem que funcionar. Paixão não reforma o Itaquerão, não paga o salário do Memphis Depay. Então vamos falar desse assunto com maturidade. É como quando nossos filhos tem conversas sobre finanças da casa. Seu filho tem que entender porque pode comprar isso e não aquilo. Se a gente quer preparar o futebol para o futuro, a gente tem que falar da parte econômica do futebol.
De olho no futuro e no desenvolvimento de SAF's, Rafaela Pimenta acredita que o futebol contará com uma grande quantidade de multiclubes e vê o esporte em "blocos", como ocorre com o Grupo City. Embora o Manchester City seja o principal expoente, a holding também detém percentual do Bahia, no Brasil, Girona, na Espanha, Montevideo City Torque, no Uruguai, e outras equipes ao redor do globo.
Além disso, a empresária deu a entender que o investidor Evangelos Marinakis, dono do Olympiacos e do Nottingham Forest, deve chegar no futebol brasileiro. O grego já teve seu nome ligado a SAF do Vasco e, mais recentemente, como um possível investidor em Cotia, que é a base do São Paulo, cujo diversos talentos já foram revelados.
- De qualquer modo, eu acho positivo. Tudo o que começa, precisa de ajustes. Nada começa perfeito, nada começa funcionando e andando. A vida não é uma foto, é um filme. Nosso país está se adaptando a uma nova realidade. Dentro dessa nova realidade, você tem a multipropriedade. Os proprietários que tem vários clubes. Isso é uma grande realidade. Acho que o futuro vai ser um futuro de grandes blocos de futebol. De grandes blocos dos proprietários dos multiclubes. O bloco do Grupo City, o bloco do grupo Olympiacos/Nottingham Forest, que logo mais está vindo pro Brasil também. São grandes blocos que vão competir pela nossa atenção e pelos jogadores desde uma idade muito jovem. Os jogadores vão circular, já estão circulando muitas vezes, dentro dos blocos. O Savinho do Manchester City veio do Girona. Então eles estão circulando dentro dos blocos. Essa realidade de fundos, de blocos e de verdadeiras empresas de futebol estão cada vez mais presentes. Vejo isso como um fato. Um fato tem que ser estudado, entendido e trabalhado. Goste ou não. É onde eu volto para a história: vamos falar de dinheiro, porque tudo isso mudou o perfil do futebol, do jogador e do clube. Vamos fazer todos ficarem felizes dentro dessa realidade.
No Brasil, além do Bahia, o Botafogo de John Textor é outro exemplo de um clube dentro de um "bloco" da Eagle Football, do John Textor. Além do Alvinegro, o norte-americano também é dono do Lyon, na França, e do Molenbeek, da Bélgica.
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