Lucas Leiva pode conquistar seu 2º título da Copa da Liga Inglesa (Foto: Divulgação / Site Oficial do Liverpool)
"A família toda vem para assistir, estão todos muito ansiosos." Os Leiva terão presença garantida nas arquibancadas do Wembley neste domingo, às 13h30 (de Brasília). Afinal, não é todo dia que Lucas entra em campo no maior estádio da Inglaterra como um dos protagonistas do Liverpool na final da Copa da Liga Inglesa, diante do Manchester City.
Atleta com mais "tempo de casa" desde a saída de Steven Gerrard – que deixou o futebol inglês após 25 anos –, o brasileiro virou referência. Nos Reds desde 2007, o volante revelado pelo Grêmio recebeu a incumbência de amparar o elenco repleto de jovens, como os compatriotas Philippe Coutinho e Firmino, a fim de conduzir o time ao primeiro troféu sem o lendário camisa 8, e também ao primeiro sob o comando de Jürgen Klopp. Lucas garante cumprir a tarefa de bom grado.
– Gerrard é um ídolo. É normal que minha responsabilidade aumentasse um pouco com a saída dele, mas nada que eu não desfrute e não goste. Estou em Liverpool há nove anos e venho ganhando o respeito dos companheiros, então tento ajudar da melhor forma possível – afirmou o atleta de 29 anos ao LANCE!
Desde que chegou à Terra da Rainha, no entanto, Lucas não teve chance de disputar uma final de Copa da Liga – embora conste em seu currículo o título de 2012, quando estava lesionado e não atuou. Neste domingo, o brasileiro terá papel fundamental na formação do técnico alemão na busca da conquista inédita. Um eventual título, como disse Gerrard ao The Telegraph na última semana, marcaria o "início de uma nova era" no Alfield Road. Lucas concorda.
– Será complicado, mas vencer esse torneio é crucial para nós. Klopp está no comando da equipe há quatro meses e já chegou a uma decisão. É um passo importante. Nesse processo de reconstrução, o primeiro título sempre dá motivação e segurança, também para os próximos que virão. – avaliou, antes de completar.
– O Manchester City vive um bom momento, mas ganhamos deles há alguns meses (4 a 1 no Campeonato Inglês, em novembro de 2015), o que nos dá confiança para buscar mais uma vitória. Acredito que, com o grupo e a qualidade que temos, podemos trazer o título para o Liverpool – disse o brasileiro.
Antes da partida, Lucas também falou sobre a dificuldade de enfrentar Sergio Agüero, artilheiro do Manchester City. Dentre outras questões, analisou a temporada do Liverpool, contou como é trabalhar com Jürgen Klopp, falou sobre o resultado do sorteio da fase oitavas de final da Europa League e, por fim, ressaltou o desejo de voltar a vestir camisa da Seleção Brasileira. Confira a entrevista:
Para esta partida da Copa da Liga, quem pode ser o jogador mais perigoso do Manchester City?
Acredito que o Agüero seja o jogador mais importante do City, é o atacante que vem marcando muitos gols. Mas acho que todos os onze são jogadores de qualidade, o City tem um plantel muito qualificado. Mas o Agüero é o jogador mais perigoso nesse momento e que pode causar mais problemas, principalmente, para a nossa defesa.
Em entrevista para um jornal inglês, nesta sexta-feira, Gerrard disse que se o Liverpool vencesse o título, seria o começo de uma nova era. Você concorda com ele?
Eu acredito que sim. O Klopp está no comando da equipe uns quatro, cinco meses, e já chegando numa final. Acho que isso já é um passo importante para grandes conquistas. Num processo de títulos e grandes conquistas, sempre o primeiro (título) te dá confiança, motivação e segurança também em relação aos próximos que virão.
Atualmente você tem a oportunidade de jogar com mais dois brasileiros, o Philippe Coutinho e o Roberto Firmino...
Sim, a chegada deles, com certeza, me deu mais ânimo, digamos assim. Estamos sempre juntos, as famílias reunidas, a cultura é parecida,apesar de sermos de diferentes estados do Brasil. Tive oportunidade de jogar com outros brasileiros também, mas os dois têm um papel importante dentro da equipe e eu estou contente de tê-los aqui e também poder ajudá-los. O Coutinho já está há três anos, mas o Firmino chegou há pouco tempo e ele rapidamente está se tornando um jogador importante dentro do clube.
"Ele é um apaixonado pelo futebol, joga junto com o time e procura montar suas equipes de forma bastante agressiva"
Atualmente, como é trabalhar com Jürgen Klopp?
Ele é um apaixonado pelo futebol, joga junto com o time e procura montar suas equipes de forma bastante agressiva, é isso que ele tem tentado implementar aqui no nosso grupo.
Como você avalia a temporada do Liverpool até aqui?
- Este ano está sendo uma temporada de avaliação. Ele (Jürgen Klop) chegou já com a temporada andando, tem feito poucas mudanças em relação a jogadores, então eu diria que está sendo um período de teste para todos nós. Mas eu acho que, o balanço até agora é positivo, conseguimos chegar até a final da Copa da Liga, passamos de fase na Europa League, obviamente na Premier League não estamos numa posição muito boa (8ª colocação), mas nada impossível de recuperar esses pontos.
O Liverpool enfrentará o Manchester United nas oitavas de final da Europa League. Você gostou do resultado do sorteio?
- Acho que vai ser um jogo bem interessante, mais um clássico. O Manchester United é um rival muito grande. Talvez por ser um campeonato europeu, a gente esperasse que pegasse um time de outro país, mas com o Manchester será dois grandes jogo e acho que temos totais condições de passar para as quartas de final.
A Seleção Brasileira continua sendo um objetivo?
- Com certeza, seleção é algo que nunca sai da cabeça do jogador. Eu estive muito próximo de participar da Copa do Mundo, acabei ficando na lista de espera. Ainda não tive oportunidade com o Dunga nessa segunda passagem dele, mas na primeira acabei jogando olimpíadas em 2008 e alguns jogos da eliminatória.
Acredita que ainda tem chances de retornar?
Dunga é um treinador que já me conhece, acho que o trabalho que eu faço no Liverpool é o que vai me dar condições de ter uma nova oportunidade. Não é algo que eu descartei, mas também não posso estar focado nisso somente. Estou bem tranquilo em relação a isso e quem sabe num futuro próximo eu não tenha uma nova oportunidade.
