Revelado pelo Flamengo, o meia Reinier afirmou em entrevista exclusiva que se frustrou com a falta de jogos em seu início no futebol europeu. Considerado uma grande promessa da base do Rubro-Negro, o jovem fez parte do elenco de 2019, que empilhou recordes e foi campeão da Libertadores e do Brasileirão na mesma temporada.
Com tamanho destaque, uma transferência do jogador para a Europa parecia questão de tempo: foi contratado pelo Real Madrid em janeiro de 2020, por 30 milhões de euros (mais de R$ 130 milhões na cotação da época), a 10ª maior transferência da história do futebol brasileiro até então.
- Tudo aconteceu de maneira bem rápida na minha carreira. Subi para o time de cima do Flamengo, joguei, fiz gol, fui campeão no clube e na Seleção Olímpica. Pouco tempo depois, o Real Madrid me contrata. Imagina o que passa na cabeça de um jovem com tudo isso acontecendo? Não é fácil.
O sonho, no entanto, durou pouco tempo. Isso porque, em poucos meses, Reinier foi emprestado para o Borussia Dortmund, contrariando a expectativa geral de que o jogador tivesse uma trajetória semelhante às de Vini Jr. e Rodrygo no clube espanhol, atuando inicialmente pelo time B e depois pela equipe principal.
Atualmente no Frosinone, da Itália, o meia afirma estar mais maduro, e pronto para enfrentar eventuais obstáculos na carreira. Hoje, vive sua maior sequência no futebol europeu: são 18 partidas disputadas, três gols marcados e duas assistências na atual temporada.
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- Hoje, eu tenho 22 anos e ainda sou muito jovem, imagina naquela época. Me frustrei, fiquei chateado, mas tudo isso serviu para eu amadurecer de forma rápida. Hoje, me considero um cara muito mais preparado, tanto dentro como fora de campo. E tenho certeza de que ainda terei muitas alegrias.
A entrevista com Reinier foi dividida em duas partes. Na primeira, o meia fala sobre a sua relação com o Flamengo e Seleção Brasileira, além de revelar se trocaria o futebol europeu pelo Rubro-Negro atualmente - leia a matéria clicando aqui.
Confira a seguir a segunda parte do bate-papo com o meia do Frosinone:
Lance!: Você tem atuado com mais frequência no Frosinone. O que o clube italiano tem de diferente que lhe permitiu essa maior sequência?
- Acredito que é uma soma de fatores. Infelizmente, nos outros clubes, principalmente no Dortmund, tive alguns problemas que atrapalharam minha sequência. No futebol, se você perde um período de treinos, acaba ficando um pouco para trás, principalmente em equipes fortes. Quando cheguei ao Frosinone, tive que me preparar com um pouco de atraso porque não tinha feito a pré-temporada com o time, que já estava em um nível físico avançado. Além disso, era o grupo que tinha conquistado o acesso para a Série A. Aos poucos, consegui buscar o meu espaço e tive bons desempenhos, com gols e assistências. Espero seguir melhorando.
Lance!: Quando você foi contratado pelo Real Madrid, havia a expectativa que tivesse uma trajetória parecida com as de Vini Jr e Rodrygo: atuar no time B e depois ser promovido à equipe principal. Porém, você foi emprestado do Borussia Dortmund. Essa foi uma decisão do clube ou um pedido seu?
- Foi uma decisão em conjunto. A ideia era conquistar mais minutos para poder me adaptar mais rápido ao futebol europeu. Infelizmente sofri com alguns problemas extracampo e não tive as oportunidades que queria. Mas acontece, é o futebol.
Lance!: Em entrevista recente ao "As", você disse que aconteceram coisas no Borussia Dortmund que só você e sua família sabem. Você pode dizer o que aconteceu?
- Eu entendo e respeito a pergunta, mas não gosto de ficar dando detalhes. Posso dizer que, infelizmente, foi um período bem complicado, em todos os sentidos, e espero não passar por isso novamente. Não é nada contra o país, contra os alemães ou contra o clube, que fique bem claro. É algo pessoal, foi uma experiência bem dura para mim e minha família.
Lance!: Existe chance de um retorno ao Real Madrid na próxima temporada? O clube já indicou se pretende te utilizar com mais frequência?
- Difícil falar sobre isso. Eu gostaria? Claro que sim. Quem não gostaria de atuar no Real? Mas não é simples. Além disso, estou focado na reta final da temporada, aqui no Frosinone. Nosso objetivo é permanecer na elite do futebol italiano e farei de tudo para contribuir o máximo possível nesses últimos jogos.
Lance!: Você ainda tem contato com os jogadores do clube, seja os brasileiros, como Vini Jr e Rodrygo, ou os estrangeiros, como Bellingham, Modric, Kroos?
- Sim! Apesar de tudo o que aconteceu, fiz boas amizades. Obviamente, os mais próximos são os brasileiros, e o Bellingham também foi um cara que me surpreendeu muito positivamente. Com o Vini eu falo direto. É um cara sensacional e merece tudo o que vem conquistando ao longo dos anos.