No fim de 2012, Renato Augusto voltava para o futebol brasileiro. Ele aceitou a proposta do Corinthians, que acabara de conquistar o Mundial de Clubes. No entanto, essa história de sucesso poderia ter seguido um novo rumo. Por muito pouco, o meia, que hoje defende o Beijing Guoan, não voltou ao Flamengo, equipe que o revelou para o futebol.
Isso porque em 2008, quando deixou o Rubro-Negro, Renato Augusto fez um acordo de cavalheiros com Kleber Leite, ex-dirigente do clube, de que daria preferência ao Fla. E o jogador assim o fez. Estava praticamente certa a volta do 'bom filho a sua casa', apesar da proposta do Timão. Contudo, era época de eleição e uma nova diretoria assumiu, com novos pensamentos, novos nomes e sem Renato.
- Quando saí do Flamengo, tinha conversado com o Kleber Leite. Ele tinha me pedido que eu desse a minha palavra de que quando eu voltasse ao Brasil, desse a preferência para o Flamengo, mesmo não colocando nada em contrato. Quando resolvi voltar, tinha uma proposta do Corinthians, e eu pedi ao meu empresário entrar em contato com o Flamengo para eu cumprir a minha palavra. O Fla estava em época de eleição, o Zinho, na época, era o gerente e tinha dado o 'Ok', que queria, que estava tudo certo. Mas depois da eleição, entrou uma nova diretoria, eles falaram que não queriam, que não interessavam. E não fizeram nenhuma proposta concreta. Eu dei a preferência na época ao Flamengo, cumpri a minha palavra, mas o Flamengo não quis. O Corinthians era um time que tinha acabado de ser campeão mundial, um clube estruturado, certinho. Pensando com a razão, era o melhor para mim naquele momento.
No Corinthians, Renato Augusto teve Tite como treinador. No ano passado, a relação ficou ainda mais próxima, e o Timão sagrou-se campeão brasileiro. O meia destacou o diferencial de ter o técnico no comando.
- Não só a parte técnica dele, não só o que ele representa no campo para a gente, o Tite é excepcional. Principalmente pela pessoa que ele é, muito correto, tem o jeito dele de trabalhar, de pai, mas dá o esporro na hora que tem que dar. Acredito que tenha sido o maior treinador com quem trabalhei - elogiou.
Não foi apenas Renato Augusto que deixou o Corinthians rumo ao futebol chinês. Ralf seguiu os seus passos no Beijing Guoan. Gil defende agora o Shandong Luneng, enquanto Jadson vestirá a camisa do Tianjin Quanjian, da Segunda Divisão, que terá Vanderlei Luxemburgo como treinador. Além do quarteto, o Timão perdeu Vágner Love para o Monaco e Malcom para o Bordeaux.
Apesar das perdas, Renato Augusto está confiante de que o Timão vai fazer uma excelente temporada.
Chegaram também alguns jogadores de qualidade, outros já estavam acostumados a atuar com a gente e entendem muito bem o que o Tite quer. o Tite é um especialista nisso. E acredito que não vai ser agora, da noite para o dia, mas daqui a um mês mais ou menos as coisas vão começar a caminhar um pouco melhor. Nessa hora, os grandes jogos vão começar a aparecer. Vou continuar na torcida - comentou.
Em 2015, Renato Augusto viveu sua melhor fase na carreira e não conviveu tanto com as lesões, que o perseguiam ao longe dos anos. O jogador atribui esse bom momento ao corpo médico do Timão e também aos companheiros.
- Primeiro ao trabalho da parte médica do clube, em especial ao doutor Joaquim Grava e ao Bruno Mazziotti, sem esquecer dos outros fisioterapeutas, que me deixaram bem. Acredito que o Tite teve uma grande parcela disso, meu jogo encaixou na forma que ele queria. E por ter jogadores inteligentes também. A gente se conhecia muito bem, com apenas um olhar já sabia o que o outro queria. Quando você joga com jogadores inteligentes facilita. Isso também foi muito importante.