Foram quase dois meses no poder. Um dirigente jogado no comando do futebol sul-americano depois de mais uma rodada de prisões geradas por acusação por corrupção. Mas o uruguaio Wilmar Valdez, que teve de começar a apagar o "incêndio" alimentado pela prisão de Juan Ángel Napout não conseguiu o apoio suficiente - nem do Brasil - e deixa nesta terça-feira a presidência da Conmebol.
A eleição prevista anteriormente vira aclamação do paraguaio Alejandro Domínguez. Valdez explica o motivo de ter retirado a candidatura.
- Retirei minha candidatura no Comitê Executivo e foi votada de forma unânime uma moção apresentada pela Federação Venezuelana que o cargo que será criado a partir do dia 26 de fevereiro, com a nova reforma do estatuto da Fifa, seja ocupado pelo Uruguai. A decisão estava amadurecendo no decorrer da semana, diante do que se podia vislumbrar na eleição - afirmou o uruguaio, em Assunção.
Valdez, diante da dinamicidade política da Conmebol, tem até certa dificuldade para fazer uma avaliação própria do período em que esteve na presidência (ele foi interino porque é o único dos três vices da gestão Napout que não foi preso).
- Os fatos foram muito rápidos. Se precipitaram rapidamente, tanto a vinda para Assunção quanto as eleições. A avaliação é que no pouco tempo que tivemos tentamos levar a Conmebol adiante. O importante é que vai ter eleição e a Conmebol começa uma nova etapa - completou.
Apesar da "rasteira" que levou do paraguaio e de seis outros países, Valdez adota um discurso de conciliação para que a entidade saia do buraco e até elogia o novo presidente.
- Creio que é importante é ter uma pessoa com apoio. Alejandro é uma pessoa jovem, que tem a intenção de fazer as coisas bem. Vai depender também de nós em relação às propostas que vamos fazer e também o que ele vai sugerir para a entidade. Todos temos a responsabilidade de ajudar e trabalhar. Temos que impulsionar as mudanças e ajudar a Conmebol, em futuro próximo e não muito longe, a ter uma outra imagem - avisou.