A dureza da sanção converte o insulto de Messi em algo não trivial. A desproporção entre a ação e a consequência transforma em injusta uma suspensão que, inicialmente, está prevista no regulamento. Messi devia crer que poderia acontecer alguma consequência.
Como o regulamento estabelece que a suspensão pode ir de dois a quatro jogos, supõe-se então que o grau de infração tem nuances. Então, a pergunta é simples: quanto teriam dado se o árbitro tivesse escutado, ou quanto teriam sancionado se o jogador falasse duramente?
Os antecedentes de Luis Suárez e sua mordida histórica ou o dedo de Jara em Cavani não são comparados de maneira linear. Entre outras coisas, porque as vítimas denuniciaram o caso.
Ser o melhor do mundo não exclui Messi de cumprir as regras. Mas também não o converte em merecedor de punições desproporcionais. E o mecanismo da Fifa não faz outra coisa que dar margem para a entrada de especulações.
Caso tenha pesado a ausência de Messi à premiação de Melhor do Mundo, caso a paupérrima transição da AFA tenha sido um fator, esta punição também deve ser lida como um sinal de autoridade vinda de Zurique.
A ferida não será gratuita. Nem para Messi, nem para a Argentina, nem para a Fifa.
*Diego Macias é editor do Olé