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Técnico da Inglaterra não cantará hino contra a Irlanda e reacende conflito de oito séculos entre os países; entenda

Lee Carlsey assumiu o comando dos Three Lions de forma interina

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Lee Carlsey defendeu a seleção da Irlanda quando jogador, e hoje é técnico interino da Inglaterra (Foto: Paul ELLIS / AFP)

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Quando Gareth Southgate deixou o comando da Inglaterra, em agosto, o irlandês Lee Carsley, que dirigia a categoria sub-21 da seleção inglesa, foi alçado ao posto de treinador interino. A estreia do ex-volante do Everton no comando dos Three Lions, no entanto, não poderia ser mais complicada.

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O primeiro adversário será justamente a Irlanda, o país de origem de Carsley, que tem um histórico conflito de mais de 800 anos com os britânicos. Em entrevista pré-jogo, concedida na sexta-feira (6), Carsley afirmou que o não cantará "God Save the King", o hino britânico. A declaração incomodou os ingleses.

O treinador justificou a decisão, afirmando que prefere mentalizar a partida nos últimos instantes antes do apito inicial. Por isso, não cantaria o hino para não perder o foco no trabalho. Verdade ou não, a nacionalidade de Carsley pesou na avaliação da imprensa inglesa.

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Jason Burt, jornalista do "Telegraph", escreveu uma coluna na qual diz que Carsley não pode esperar assumir definitivamente os Three Lions se não cantar o hino nacional, em uma pequena demonstração do peso que o conflito tem para as sociedades dos dois países.

Outros estrangeiros que dirigiram a Inglaterra neste século adotaram posturas distintas diante da canção: o sueco Sven-Goran Eriksson, que comandou a seleção britânica entre 2001 e 2006, esforçava-se para cantar "God Save the King"; o italiano Fábio Capello, por sua vez, afirmava achar errado cantar o hino de outro país.

Fábio Capello
O italiano Fábio Capello não cantava o hino britânico (Foto: Adrian Dennis/AFP)

Qual a origem do conflito entre Irlanda e Inglaterra?

A origem do conflito está na colonização da Irlanda pelos ingleses, ainda no século XII. A invasão ao país foi ordenada pelo Rei Henrique II, que queria expandir as fronteiras - e, consequentemente, seu poder.

Anos mais tarde, já no século XVI, o processo de colonização se intensificou com a chegada de cada vez mais escoceses e ingleses, o que deu início a disputas religiosas (a Irlanda tem maioria da população católica, enquanto a Inglaterra tem maioria anglicana).

As disputas frequentes levaram à Guerra da Independência da Irlanda, já no século XX (1919-1921). O resultado foi a independência de grande parte do território irlandês. A exceção é a parte conhecida hoje como a Irlanda do Norte, que permaneceu sob controle da Inglaterra.

Declan Rice - Inglaterra
Declan Rice defendeu a seleção principal da Irlanda no começo da carreira; hoje, atua pela Inglaterra (Foto: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP)

Os conflitos religiosos, no entanto, não cessaram. Deram origem a uma série de revoltas conhecida como "The Troubles" (1968-1998), que colocavam em oposição nacionalistas católicos (defendendo a reunificação da Irlanda) e unionistas protestantes (que queriam permanecer no Reino Unido).

Jogadores que trocaram a Irlanda pela Inglaterra

Por conta não apenas da desavença entre Irlanda e Inglaterra, mas também da proximidade geográfica entre os países, muitos jogadores ao longo do tempo puderam escolher qual seleção gostariam de defender.

No elenco atual dos Three Lions, o volante Declan Rice, do Arsenal, chegou a atuar pela seleção irlandesa principal. Caso o meio-campista tivesse entrado em campo uma vez mais pelo país, não poderia trocar de seleção.

Jack Grealish - Inglaterra
Jack Grealish também trocou a Irlanda pela Inglaterra ainda no começo da carreira (Foto: JUSTIN TALLIS / POOL / AFP)

Jack Grealish, do Manchester City, viveu algo parecido. A diferença, porém, é que o atacante não chegou a vestir a camisa da equipe principal, atuando apenas pelo time sub-17 da Irlanda. A trajetória dele com a equipe britânica teve início na categoria sub-21.

Irlanda e Inglaterra entram em campo neste sábado (7), às 13h (de Brasília), pela primeira rodada do Grupo 2 da Divisão B da Liga das Nações da Uefa. O jogo será no Aviva Stadium, em Dublin, na Irlanda.

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