Se no Brasil se discute a predominância de técnicos estrangeiros pela primeira vez na história da Série A do Brasileirão, no México são os brasileiros os protagonistas do momento. Após a vitória dessa quarta-feira (2), o América-MEX, tradicional clube mexicano comandado pelo campeão olímpico André Jardine, assumiu a ponta da competição ao vencer o Querétaro-MEX por 2 a 1. Na segunda posição quem persegue o novo líder é o Atlético de San Luis-MEX, do também brasileiro Gustavo Leal. E os dois se conhecem muito bem.
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André Jardine, de 44 anos, assumiu o Atlético de San Luis depois do sucesso com a medalha de ouro olímpica pela Seleção Brasileira, em Tóquio, em 2021, comandando a equipe em três torneios da Liga MX – obtendo a classificação à Liguilla, fase mais adiantada do campeonato, em duas ocasiões, algo até então inédito para o clube. Ao lado dele, desde o ciclo olímpico, esteve seu então auxiliar, Gustavo Leal, de 37 anos.
No meio deste ano (2023), Jardine aceitou o convite para comandar o América e foi então que o Atlético de San Luis fez uma oferta para que Leal assumisse a posição.
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O resultado, agora, após oito rodadas do Apertura 2023 da Liga MX, é que o América é líder com 17 pontos, seguido pelo Atlético de San Luis, com 16 pontos, que foi a grande surpresa deste início de campeonato ao chegar e sustentar a liderança pela primeira vez em sua história. O América agora passa à frente embalado por três vitórias seguidas, incluindo a recente goleada por 4 a 0 sobre o arquirrival Chivas.
- É inegável que é uma sensação boa chegar à liderança, não imaginava que isso acontecesse tão cedo. Fico feliz por termos conseguido os pontos que nos colocam nessa posição, mas há muito a crescer ainda como equipe. Precisamos aumentar o poderio ofensivo e ter os pés no chão, sabendo que temos potencial para jogar ainda melhor. Por enquanto, ficamos contentes em olhar para a tabela e ver o América na primeira posição - afirmou André Jardine após a vitória desta quarta-feira sobre o Querétaro, fora de casa.
- Temos muita margem de crescimento ainda em termos coletivos. Os jogadores estão se adaptando ao jogo que queremos e ainda falta para que estejamos em nosso nível máximo. O que temos hoje é algo muito bom, animador. Este elenco é muito forte, tem muita qualidade, mas creio realmente que podemos ainda elevar muito nosso próprio nível. Vamos trabalhar para encontrar o melhor jogo e nos fortalecermos como time - acrescentou.
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Muito antes do sucesso no México e na Seleção, Jardine teve longa experiência em categorias de base no Brasil. Ficou marcado pelo período no São Paulo, clube no qual enfileirou títulos pela categoria sub-20. Já Gustavo Leal construiu trajetória semelhante, tendo se notabilizado pelo trabalho na base do Fluminense, onde trabalhou nas categorias sub-15, sub-16, sub-17 e sub-20, além de ter liderado por um ano o projeto do Fluminense na Eslováquia, no STK Samorin. Na Seleção Brasileira, Jardine e Leal se encontraram e iniciaram a parceria que faria tanto sucesso.
- Tendo trabalhado por alguns anos com o Jardine, sempre soube que não demoraria para vermos um América com a cara dele. O André é um cara muito bom, que eu gosto muito e que merece o sucesso. É claro que ainda falta muita coisa, mas fico sim feliz de hoje olhar para a tabela e ver essa dobradinha - afirma Gustavo Leal.
O Atlético de San Luis, de Leal, recebe em casa nesta sexta-feira o Mazatlán e poderá recuperar a liderança provisoriamente em caso de vitória. O América, de Jardine, visita no domingo o Toluca - do goleiro brasileiro Tiago Volpi.