Um dos grandes jogadores africanos de todos os tempos, o meia Yaya Touré falou sobre o racismo no futebol e criticou a postura da Fifa ao tratar do assunto no esporte. O meia relembrou injúrias raciais sofridas ao longo de sua carreira, inclusive contra seu pai e deu sua opinião sobre casos mais recentes, como o de Raheem Sterling, vítima de racismo durante uma partida da seleção inglesa. Confira os principais momentos da entrevista.
Injúrias raciais de sua própria torcida
- A princípio me sentia humilhado e depois fiquei com raiva. Os cânticos imitando um macaco eram os piores de todos. Ás vezes, os cânticos eram feitos pela minha própria torcida. Me diziam: 'Negro de merda, volte para casa'. Foram momentos difíceis e o pior era que tinha que voltar a ouvir em cada partida.
Racismo contra seu pai
- Recordo que contei tudo para o meu pai. 'Papai, me sinto muito mal'. Ele me disse para que fosse jogar, para que fosse forte e que isso não tentasse me afetar, mas ele não sabia o quão mal eu estava. Um dia, foi me ver e se sentou ao meu lado. Todos os brancos ao redor se levantaram e foram sentar em outro lugar. Então ele me disse: 'O que aconteceu? Estou cheirando mal?'. Então tive que falar o mesmo que tinha me aconselhado, para que isso não o afetasse
O caso de Sterling
- Mesmo se você se prepara para isso, quando acontece, você se surpreende. Fiquei surpreso com a tranquilidade com que ele encarou. Quando vê o que ele fez.. Deveria ser nomeado o jogador do ano
Medidas da Fifa
- Se um jogador se sente ofendido toda a equipe deveria sair de campo, inclusive os torcedores e a diretoria. A Fifa tem que fazer algo