Devido ao temporal que inundou a La Bombonera na tarde deste sábado, a primeira partida da final da Libertadores foi adiada para este domingo, às 17h (horário de Brasília). Quem saiu em desvantagem foi o grupo de trinta e cinco judeus, que viajou à Europa para assistir o Superclássico e não violar o Shabat.
O Shabat para os judeus, que começa a cada sexta-feira com o pôr do sol e finaliza ao dia seguinte com a saída da primeira estrela, é uma jornada de descanso. Não se é permitido trabalhar, tocar dinheiro, ver televisão ou até mesmo ir ao estádio. Neste sábado, o jogo que ocorreria às 16h na Argentina, começaria às 21h em Barcelona, no término do Shabat, assim seria possível que estes trinta e cinco torcedores acompanhassem a final, mesmo de longe.
-- O grupo se assustou com a repercussão da viagem. Me disseram que tiveram grandes problemas familiares e com os rabinos, não querem falar com ninguém, a decisão não foi tomada da melhor maneira pela comunidade judia -- conta Pablo Lisotto, setorista do Boca Juniors no jornal La Nacion
Tristemente, a viagem, que consagrou o fascínio sem confronto, ao menos voltarão para casa com uma história para contar aos seus filhos e netos. O que está em jogo, neste caso, é a fé futebolística, um compromisso irrestrito para todo hincha. O ardor e a loucura desafiam até mesmo as leis de uma religião tão rigorosa.
Neste momento, todas as crenças são pintadas com as cores desta final. Seria a força de um super clássico ou a verdadeira paixão argentina por futebol? Independente da resposta, tudo é válido, todos entrarão para a história.