O Mundial de Clubes teve o desfecho óbvio. O Barcelona derrotou o River Plate sem dificuldades e abiscoitou o tri da competição. Diante do abismo econômico e técnico das equipes, era mais factível uma queda dos argentinos para o Sanfrecce Hiroshima, na semifinal, que os catalães perderem a decisão. O River suou bicas para derrotar os japoneses na quarta-feira. Um esquelético 1 a 0 que não refletiu o desempenho em campo. Não fossem o goleiro Barovero e a imperícia do ataque asiático e teríamos os portenhos sentindo o dissabor experimentado pelos brasileiros Internacional e Atlético-MG, superados por Mazembe, em 2010, e Raja Casablanca, em 2013.
De 2005 para cá, apenas três vezes o representante europeu fez água no torneio. A esperança dos “Millionários” estava nesses raros episódios precedentes. Mas repetir os brasileiros São Paulo (2005), Inter (2006) e Corinthians (2012) era tarefa hercúlea. O três usaram a mesma fórmula: defender bem e marcar em uma jogada isolada. Nenhum deles, porém, teve diante de si uma máquina fazedora de gols proporcional ao Barcelona atual, com o trio MSN. Nem mesmo o Colorado, que pegou o Barça com Ronaldinho no auge. Liverpool e Chelsea não eram brilhantes, distantes da galeria de esquadrões.
O jogo de domingo exibiu imagens que condensam as diferenças. Perdendo por 3 a 0, a torcida do River fazia farra no estádio, satisfeita por ter chegado ali. No Obelisco, em Buenos Aires, houve o mesmo. Ainda que a festa insistente seja uma marca do torcedor argentino, difícil imaginar que fosse esse o comportamento em caso de rival em outro patamar. Não havia frustração, havia orgulho. A outra imagem foi a de Messi. O close de seu rosto após o apito final flagrou o semblante de quem parecia ter jogado uma partida amistosa.
Diante disso, teve a comemorar o uruguaio Suárez. Se não estará na disputa da Bola de Ouro como Messi e Neymar, ao menos foi o artilheiro e o melhor do Mundial.