10 anos do 7 a 1: a relação do trauma com a avalanche de técnicos estrangeiros no Brasil

Goleada sofrida para a Alemanha ainda traz consequências para o futebol brasileiro. Uma delas é o debate sobre a nacionalidade dos treinadores

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Dez anos depois, a histórica goleada de 7 a 1 sofrida pelo Brasil diante da Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo de 2014, ainda traz consequências para o futebol brasileiro. Uma delas é o debate entre técnicos brasileiros e estrangeiros.

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Com cada vez mais gringos no comando de clubes da Série A, surge a dúvida: até que ponto o 7 a 1 teve influência nesta tendência? Para responder à pergunta, o Lance! levantou números e analisou o crescimento da presença dos estrangeiros na última década.

🌍 Como era a divisão entre brasileiros e estrangeiros antes do 7 a 1?

No momento que o Brasileirão de 2014 paralisou para a Copa do Mundo, apenas um estrangeiro dirigia um clube da Série A: o argentino Ricardo Gareca, que estava à frente do Palmeiras. Todos os outros 19 treinadores eram brasileiros.

Os nomes do momento eram Marcelo Oliveira, no Cruzeiro; Abel Braga, no Inter; Muricy Ramalho, no São Paulo; e Mano Menezes, no Corinthians.

🤔 O que mudou logo após o 7 a 1?

A verdade é que, mesmo após o 7 a 1 e questionamento à qualidade dos técnicos brasileiros, os estrangeiros não ganharam espaço de cara. Na primeira rodada do Brasileirão 2015, apenas o uruguaio Diego Aguirre, no Inter, desafiava o domínio de treinadores locais.

Em 2016, houve um salto para três estrangeiros no início do Brasileirão: Diego Aguirre, no Atlético-MG, o português Paulo Bento, no Cruzeiro, e o argentino Edgardo Bauza, no São Paulo. Apesar da evolução, no Brasileirão seguinte, os estrangeiros voltaram a ficar de fora da rodada inicial da Série A.

Números de técnicos estrangeiros no Brasil por temporada (Foto: Arte Lance!)

⚽ Então, afinal, o que explica o aumento recente?

Com números parecidos nos anos seguintes ao 7 a 1, a presença de técnicos estrangeiros no futebol brasileiro só aumentou de vez a partir de 2019. O motivo principal foram os bons trabalhos de Jorge Jesus, no Flamengo, e de Jorge Sampaoli, no Santos.

A partir de então, cada vez mais clubes passaram a olhar para fora do país no momento de escolher um comandante. O Palmeiras foi até Portugal buscar Abel Ferreira e o Fortaleza encontrou Juan Pablo Vojvoda na Argentina. Eles têm, inclusive, os trabalhos mais longevos em times do Brasileirão.

Abel Ferreira assumiu o comando do Palmeiras em novembro de 2020 (Foto: Ettore Chiereguini/AGIF)

Os números confirmam esta explicação. Em um período de 16 anos, entre 2003 e 2018, apenas 17 técnicos de fora do país haviam passado por clubes da elite do Brasileirão. Entre 2019 e 2023, já foram 37 técnicos gringos em clubes da Série A.


O auge desta tendência aconteceu no Brasileirão de 2023, quando a elite do futebol brasileiro chegou a ter 11 "gringos" empregados como técnicos. Atualmente, a Série A de 2024 conta com 12 treinadores brasileiros e oito estrangeiros. A divisão pode mudar a depender das escolhas de Corinthians, Vasco e Athletico-PR - todos com interinos no momento.

Os oito gols do especial 10 anos do 7 a 1 do Lance!

1 a 0: O que a Seleção quer ser?
2 a 0: Goleada afetou até a mística da camisa 10
3 a 0: As mentiras de 2014 seguem vivas
4 a 0: As marcas do resultado mais surpreendente das Copas
5 a 0: A relação do trauma com a avalanche de técnicos estrangeiros no Brasil
6 a 0: Os números da crise de resultados
7 a 0: título alemão coroou projeto que o Brasil precisa começar
7 a 1: Ações buscam reaproximar Seleção da torcida

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