‘Acordando um gigante, Marcelo Chamusca busca novo feito à frente do Guarani
Bugre começa a decidir vaga na final da Série C do Campeonato Brasileiro neste domingo, contra o ABC. Após o acesso à Série B, ele deseja mais uma estrela na camisa bugrina
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Marcelo Chamusca inicia neste domingo, às 21h, mais uma missão à frente do Guarani, que terá o ABC como adversário no Frasqueirão, pelo jogo de ida das semifinais da Série C do Campeonato Brasileiro. Após comandar o Bugre no acesso à Série B, encerrando uma meta que ficou próxima de ser alcançada em 2014 e 2015 com o Fortaleza, ele busca mais um feito pelo clube campineiro. Mais um feito no trabalho de "acordar o gigante" campeão brasileiro de 1978, clube que revelou nomes como Careca e Amoroso e que vinha sofrendo nos últimos anos.
Chamusca foi oficializado e apresentado como técnico do Guarani no dia 6 de abril. Sua missão era, em um primeiro momento, reformular do elenco que não teve êxito na Série A2 do Campeonato Paulista. Ele fez exigências à diretoria, como melhoras nos departamentos de fisiologia, fisioterapia e análise de desempenho e, menos de dois meses depois, veio o início da Terceirona. O Guarani fez a melhor campanha da fase de classificação e, após dois jogos repletos de drama, superou o ASA conquistando o tão sonhado acesso à Segundona.
Antes de iniciar a Série C deste ano pelo Bugre, Chamusca teve duas experiências que acabaram sem êxito no Fortaleza. Em 2014 e 2015, o Tricolor cearense foi o melhor time da fase de classificação, mas não passou das quartas de final, sendo eliminado por Macaé e Brasil de Pelotas, respectivamente, diante do seu torcedor. Obter o acesso à Série B era mais do que um desejo para Chamusca, que, enfim, corou um trabalho iniciado muito tempo antes de assumir o time de Campinas.
– Sensação extremamente prazerosa de coroar um trabalho de três anos, da quantidade de pontos que conquistamos ao longo desses três anos, de, enfim, ter êxito, conquistar o objetivo. Os deuses do futebol fizeram com que as coisas acontecessem esse ano. Tinha toda a minha estatística de 30 jogos invicto em casa... Era muito importante coroar esse trabalho. Comecei no Guarani praticamente do zero. Tive toda a autonomia para solicitar mudanças, as chegadas do Rodrigo Pastana (executivo de futebol) e do Marcus Vinícius (coordenador de futebol) fizeram a diferença, a diretoria horou todos os compromisso, os salários, premiações... – destacou Chamusca, em entrevista ao LANCE!, antes de completar:
– O êxito não foi apenas do modelo de jogo, não veio apenas pelos resultados. O êxito foi um somatórios de fatores. O número de torcedores nos jogos foi aumentando, o público foi crescendo. Tudo fez a diferença.
MOMENTO ÍMPAR NA CARREIRA DE TREINADOR
Marcelo Chamusca tem a exata noção do feito alcançado na semana passada. O Guarani, clube de tanta tradição, soma oito rebaixamentos neste século, chegou a correr risco de queda à Série D em 2014 e quase perdeu seu maior patrimônio material, o Brinco de Ouro. Participar da reconstrução do Bugre foi algo que motivou o treinador de 50 anos completados um dia antes do jogo de volta contra o ASA (7 de agosto) a aceitar a proposta feita em abril.
– É um momento marcante na minha carreira. Sabia que o Guarani estava atravessando dificuldades. Mas era uma chande de acordar esse gigante. E participar desse momento é algo ímpar na minha carreira. Vi nesse momento de dificuldade, a chance de trabalhar em um clube com o peso da camisa do Guarani, de acordar esse gigante. O Guarani já entra em outro patamar em 2017 – disse.
Receio de não ver o bom trabalho desenvolvido render o esperado acesso? Chamusca não teve receio de uma nova decepção. E a recompensa veio.
– Eu sempre acreditei em ter êxito por conhecer muito bem a competição, o regulamento... Colocamos algumas situações que foram aceitas. O grupo assimilou o nosso conceito, nosso modelo de jogo. O entendimento dentro do vestiário também foi grande. E ter um grupo disciplinado faz a diferença – destacou o treinador.
CHAMUSCA BUSCA MAIS UM FEITO À FRENTE DO BUGRE
A meta do momento para Chamusca é obter mais um efeito à frente do Guarani, clube cuja camisa ostenta uma estrela dourada referente do título do Brasileirão de 1978 e uma prateada que lembra a conquista da Série B de 1981.
– Não muda absolutamente nada. Existe um padrão de jogo e ele será mantido. É claro que o acesso tira um peso grande dos jogadores, tem a questão emocional que fica aliviada. Mas não pode faltar foco, concentração e falta de ambição por um outro grande objetivo que é colocar mais uma estrela na camisa do Guarani. Serão os 180 minutos mais importantes do ano contra o ABC. Pode ter certeza – garantiu o técnico.
Já existem conversas para uma renovação com o Guarani para buscar outro acesso já no primeiro semestre (para a elite do Paulistão) e, depois, disputar a Série B? Marcelo Chamusca não quer perder o foco da decisão contra o ABC de Geninho:
– Não quero conversar sobre isso por enquanto. É focar nos 180 minutos e tentar se credenciar para uma final, para fazer história. Meu contrato vai até o final da Série C e, no fim de tudo, a gente pensa em 2017. E será difícil. O Geninho (técnico do ABC) é experiente, sabe armar times, sabe subir times.
Começa, neste domingo, mais um desafio para o Bugre de Marcelo Chamusca.
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