Quem assistiu à partida entre Corinthians e São Bento, pela 7ª rodada do Paulistão, pôde ver a grande atuação do lateral-direito Régis Souza, um dos destaques da campanha do time de Sorocaba. Aos 28 anos, o jogador está perto de defender o São Paulo após o estadual, segundo apurou o LANCE!. No entanto, o jogador ainda prega cautela ao falar sobre o seu futuro.
- Meu contrato vai até o término do Paulistão. Tive algumas sondagens, ouvi alguns rumores, mas oficialmente não chegou nada até mim. Vamos aguardar os próximos dias para ver se algo aparece, algo se concretiza, mas estou com a minha cabeça completamente voltada para o São Bento, para alcançar essa campanha histórica, então continuo focado - declarou Régis em entrevista ao LANCE!.
Justamente contra o Tricolor Paulista é que o atleta mais tem se destacado nas últimas temporadas. Neste ano, em seu terceiro Paulistão pelo São Bento, foi a terceira grande atuação contra o time do Morumbi, sendo que em 2016 e 2017, marcou dois golaços e, em 2018, fez uma grande jogada com direito a assistência para Anderson Cavalo marcar.
- Tanto no ano passado, quanto no ano de 2016 eu consegui fazer dois belos gols contra o São Paulo, tenho conseguido me destacar, neste ano dei uma assistência no jogo contra eles, depois de uma bela jogada individual, então sempre fui muito feliz contra o São Paulo - afirmou.
Uma das características que mais chamou a atenção no duelo contra o Corinthians foi a habilidade de Régis com a perna esquerda, sendo que o jogador atua pelo lado direito do campo. As suas duas mais importantes jogadas na partida na Arena foi conduzindo a bola com o pé esquerdo, distribuindo dribles e colocando a bola no meio das pernas de Romero.
- Sou ambidestro, na verdade, mas jogo mais pela direita. Sempre foi um recurso que eu tive essa facilidade de jogar pelos dois lados, desde as categorias de base. Quando eu jogava minhas peladinhas, meu irmão, que já jogou futebol, percebeu essa minha qualidade de jogar com as duas pernas, inclusive comecei jogando como atacante pelo lado esquerdo, depois na lateral esquerda e, enfim, na lateral direita - explicou.
Desde que se tornou profissional, no fim da última década, Régis passou por 15 clubes diferentes, sendo o Botafogo, em 2014, o mais expressivo de todos. Apesar de ganhar destaque em alguns estaduais, principalmente o Paulistão, o lateral não conseguiu se firmar e dar o passo que mais quer na carreira: ter sequência em um grande time, algo que pretende concretizar neste ano.
- Na verdade eu sempre pude fazer bons campeonatos paulistas, passei por times de médio porte, passei pelo Botafogo, mas não tive uma sequência grande, mas acho que é mais questão do momento. Espero que após esse Paulistão seja diferente, que isso mude e que coisas importantes possam acontecer - disse.
A boa fase de Régis Souza no São Bento não é por acaso e tem uma ajuda muito importante por trás de seu estilo ofensivo e suas idas ao ataque: o técnico Paulo Roberto Santos, responsável pelos acessos do clube à Série C do Brasileirão, em 2016, e à Série B, em 2017. O comandante não hesita em jogar as suas fichas em seu lateral-direito.
- O Paulo tem uma visão técnica muito boa, sabe fazer boas contratações, sabe montar bons elencos, é um treinador que passa muita confiança para os atletas dele, não coloca restrições, deixa o jogador livre para arriscar as suas jogadas. Esse é um grande mérito dele, que sempre confiou no meu futebol, apostou em mim e por isso sinto me sinto muito à vontade para jogar no São Bento - concluiu.
Neste sábado, Régis Souza e o São Bento estarão em campo para enfrentar o São Caetano, no Anacleto Campanella, às 21h30, pela 9ª Rodada do Paulistão-2018. O time de Sorocaba pode dar mais um importante passo em busca da sonhada classificação para a próxima fase da competição.
BATE-BOLA COM RÉGIS SOUZA, LATERAL-DIREITO DO SÃO BENTO
Jogar contra os grandes te motiva mais?
É verdade, sempre coloquei isso como objetivo na minha carreira, porque se eu penso em jogar um dia em um grande, é contra os grandes que eu tenho que me destacar, então sempre coloquei isso na minha meta, sempre fazer bons jogos contra os grandes.
Como reagiu quando o Léo Itaperuna perdeu aquele gol contra o Corinthians?
Até brincamos depois, porque eu falei para ele me consagrar depois daquela jogada que eu fiz, mas faz parte, são coisas que acontecem no futebol, o campo da Arena é muito rápido, trocou de gramado recentemente, fico feliz pela jogada, embora não tenha saído o gol.
Esse tipo de lance abre portas para vocês?
Com certeza, é o momento que a gente tem para mostrar o nosso potencial, mostrar que os times de menor expressão têm jogadores de valor, jogadores de qualidade e comigo, graças a Deus, essas jogadas deram certo.
O que você pensa sobre os pedidos pelo fim dos estaduais?
Acho que quem mais pede isso é quem tem o calendário cheio, quem já tem as datas garantidas, mas para os clubes de menor expressão é um desafio, é uma oportunidade que os jogadores têm para mostrar suas qualidades. É uma competição que você descobre vários talentos e recheia o futebol brasileiro.
Você acha que essa falta de uma sequência maior em clubes mais expressivos atrapalhou um pouco a sua carreira?
Atrapalhou sim, porque sempre existe a desconfiança em cima dos jogadores que vêm de times de menor expressão, infelizmente essas coisas acontecem, mas a tendência é de que agora mude.
Como é discutida essa liberdade que o seu técnico te dá no São Bento?
Na verdade é algo natural, que ele percebe e deixa jogar dessa forma. Acho que o jogador precisa disso, precisa de confiança e de liberdade para executar suas jogadas e apresentar o melhor futebol possível. Sempre procurei ser mais ousado para conquistar destaque.
O São Bento entrou neste Paulistão como um dos favoritos a brigar com os grandes. Como vocês lidam com esse status do clube nesta edição?
É normal, é um clube que vem crescendo, vem fazendo boas campanhas, tem dois acessos consecutivos no Brasileirão e essas são situações para valorizar o clube. Então é normal essa cobrança, podemos dizer assim, para uma boa campanha no Paulista.
Vocês já estão pensando na próxima fase?
Com certeza. Acho que com 13 pontos a gente já eliminou o risco de rebaixamento, acho que o próximo passo é ir atrás de confirmar a nossa classificação e estamos bem perto disso.
Por que você acha que sentimos tanta falta de bons laterais no Brasil?
Acho que é por conta de o futebol ter mudado mesmo, os laterais ficaram mais defensivos, baseados na escola europeia, mas eu tenho conseguido fazer diferente, com jogadas ofensivas e tem sido bom.