O movimento Bom Senso FC confirmou em nota divulgada na tarde desta quarta-feira, 13, que continuará com suas atividades mesmo deixando de lado a sua origem, onde os atletas não estarão mais à frente da organização. Mudanças também ocorreram em outras áreas como estudos financeiros e comunicação, mas o grupo continua tendo como diretores executivos os advogados Ricardo Borges Marins e Enrico Ambrogini.
Ontem, um dos líderes do Bom Senso e idealizadores do movimento, o zagueiro Paulo André, publicou uma mensagem em sua rede social afirmando que “cumpriu o seu dever” e que para o grupo continuar era preciso “renovar suas lideranças”.
Já nesta quarta, ao menos outros dois profissionais deixaram o movimento. Um deles foi o especialista em gestão esportiva e que liderava a área de Fair Play Financeiro do grupo. Outro que deixou o Bom Senso foi Rodolfo Mohr, que desde o início do ano passado era responsável pelo departamento de comunicação do grupo.
Na nota divulgada, o Bom Senso aponta que a reestruturação do grupo já ocorre há algum tempo e que a participação dos atletas continuará sendo fundamental, mas que “para atingir mudanças significativas será preciso engajar toda a comunidade do futebol em torno de propostas concretas.
Leia abaixo o texto na íntegra que foi divulgado pelo Bom Senso FC.
Segue o jogo: O Bom Senso continua em campo
Ao contrário do que o Painel FC da Folha de S. Paulo afirmou na sua edição de sábado, o Bom Senso FC segue seu trabalho pela modernização, transparência e democratização do futebol brasileiro.
Não é de hoje que passamos por uma reestruturação estratégica. Ela vem desde que alcançamos a nossa maior vitória: a aprovação do Profut, projeto que instituiu novos padrões de governança e transparência aos clubes e federações. De lá para cá, estamos olhando para o futuro do futebol brasileiro com mais esperança, e também com a clareza de que não bastarão atuações isoladas para resolver um desafio sistêmico.
Reconhecemos que há ainda muito a se fazer pelo futebol. Estádios esvaziados, clubes endividados, corrupção desenfreada, crise técnica e escândalos políticos dão a dimensão do problema que desejamos resolver. A missão de desenvolver o futebol brasileiro e resgatar sua autoridade internacional vai exigir mudanças estruturais na relação entre a CBF, os clubes e todos os profissionais do setor.
Também vai exigir paciência com o longo prazo e coragem frente aos poderosos da bola. O Bom Senso FC não só vai continuar acompanhando e cobrando as autoridades que regulamentam o esporte, como também vai estudar, pesquisar os cenários e propor medidas que melhoram o jogo para todas as partes. Com o reconhecimento do nosso legado e a responsabilidade que isso traz, o movimento se consolida e finca base como um centro independente de inteligência e ação pelo futebol brasileiro.
Vamos trabalhar como um time. Os atletas, como grandes ídolos do esporte, têm um papel fundamental em seu desenvolvimento, mas para atingir mudanças significativas será preciso engajar toda a comunidade do futebol em torno de propostas concretas. Torcedores, árbitros, treinadores, acadêmicos, patrocinadores e todos os outros setores relevantes do esporte precisam se envolver na construção de soluções.
A desunião atual entre esses setores talvez seja a principal explicação para o estado do nosso futebol. Criar sinergias e construir consensos mínimos com as pessoas e entidades interessadas na mudança do futebol brasileiro será nossa principal frente de atuação daqui em diante.
O Bom Senso FC hoje, enquanto organização social de interesse público, assume a função de um centro de mobilização, produção e incidência em temas estratégicos para o futebol melhor para todos. Com os protestos em campo demos o pontapé inicial, em 2013, para uma série de mudanças que ainda estão por vir. Longe do fim, o que encaramos agora é um novo começo.
Bom Senso Futebol Clube, por um futebol melhor para todos.