A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) articula com presidentes de federações estaduais a candidatura de Rogério Caboclo para suceder Marco Polo Del Nero como presidente da entidade máxima do futebol brasileiro. Nesta quinta-feira, está previsto um encontro com os chefes das federações para garantir apoio a Caboclo.
Marco Polo del Nero está afastado desde o dia 15 de março pela Fifa, que opera uma investigação contra o dirigente sobre suspeita de corrupção. A pena provisória, que pode ser ampliada até 30 de abril, pode culminar no banimento do dirigente do futebol, a depender da conclusão do Comitê de Ética da Fifa. Assim, Del Nero trabalha na construção de seu sucessor e nos últimos dias o nome de Caboclo ganhou força. Ele é atual diretor executivo de gestão da CBF e vinha sendo apontado como possível candidato concorrendo com Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol.
A forma como a CBF conduz o processo e o nome de Caboclo desagradam a grandes clubes. Nesta quarta-feira à noite, Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, classificou a reunião na CBF como um "golpe baixo" para eleger um presidente sem a participação dos clubes. O dirigente corintiano já foi diretor de seleções na gestão de Ricardo Teixeira, antecessor de Del Nero.
- Está tendo um movimento na CBF, ouvi pela imprensa, que tem reunião amanhã na CBF para pegar assinatura, se isso for verdade é um golpe baixo. Não pode ter nada sem os clubes, e os clubes não vão aceitar isso - afirmou Andrés, após a vitória do Corinthians sobre o Mirassol nesta quarta na Arena Corinthians.
Ainda é possível que esses clubes insatisfeitos, aliados a federações que são contrárias à indicação de Del Nero, trabalhem na construção de uma oposição.
As eleições na CBF podem ser marcadas para qualquer momento entre abril de 2018 e abril de 2019. A convocação tem que partir do presidente interino da Antonio Carlos Nunes, que ocupa o cargo na ausência de Del Nero O dirigente voltará ao cargo caso a investigação da Fifa seja arquivada.