Breno Lopes e Marlon Maranhão: a parceria do Terrão de BH ao Verdão
Empresário que segue ativo no mercado do futebol cuidou da carreira do atacante desde sua descoberta no futebol amador de Belo Horizonte
Nessa segunda-feira (16), o atacante Breno Lopes foi anunciado em caráter oficial como o novo reforço do Palmeiras para a temporada. A contratação veio após ter desempenho destacado com a camisa do Juventude marcando 11 gols em 27 jogos na temporada, se colocando como a principal peça ofensiva do time gaúcho, principalmente, na Série B do Campeonato Brasileiro.
Porém, há sete anos atrás, a realidade do jogador de 16 anos era absolutamente distinta (e distante) do sonho até mesmo de se tornar atleta profissional. Isso porque eram nos campos de várzea da cidade de Belo Horizonte, local onde Breno é nascido, que a sua vida seguia ligada ao esporte (com direito ao apelido de Breno "Caça-Rato" graças ao cabelo tingido de loiro semelhante ao ex-jogador Flávio Caça-Rato) até a chegada do empresário Marlon Maranhão como primeiro elemento de transformação.
Transformação essa, aliás, que ocorreu graças a uma observação ainda mais precoce de Marlon para com o atacante quando ele dava seus primeiros passos:
- A primeira vez que eu vi o Breno ele jogava na escolinha de futebol do Cruzeiro. Como ele não conseguiu entrar para a categoria de base oficial do Cruzeiro, ele foi jogar no futebol amador pelo time do próprio bairro dele. O nome do time é o mesmo do bairro, São Bernardo.
Porém, a história de superação de Breno não acabaria unicamente pela chance de ter um profissional da gestão de atletas ao seu lado já que, na realidade do futebol brasileiro, a competitividade por espaço exige mais apenas do que a força e a técnica com os pés, mas também com a cabeça. E foi essa força que fez o atleta continuar mesmo diante de frustrações em duas equipes do futebol gaúcho até que, chegando ao Joinville, a maré começava a virar de maneira favorável.
Em 2013, eu tirei ele do futebol amador e mandei para o São José (RS) para fazer uma avaliação e ele foi reprovado. A família achava que ele estava indo certo para o time, sempre me perguntavam como ele estava. Depois que ele foi reprovado, eu não poderia frustrar a família, continuei pagando uma pensão até arrumar outra avaliação para ele - disse Marlon, acrescentando.
- Como ele foi no final do ano de 2013, virou o ano para 2014 e consegui uma avaliação para ele no Cerâmica (RS) onde ele foi aprovado, disputou o Campeonato Gaúcho Sub-20 e fez 3 belos gols. Porém, por questões financeiras, o clube encerrou suas atividades. Foi quando mandei ele para o Avaí onde ele foi aprovado, mais não tinha vaga no alojamento e eu custeei por 3 meses uma pensão. Aí ficou apertado para mim, fiz um contato com um conhecido em Joinville onde ele ficou morando no CT do Irineu e foi aprovado pelo Joinville.
Entre idas e vindas por Joinville, Juventus-SC, Figueirense e Athletico-PR, Breno Lopes conseguiu efetivamente "emplacar" no Juventude em movimentação que, mesmo não sendo mais agenciado diretamente por Marlon Maranhão desde meados de 2018, deixa o agente muito contente e confiante do sucesso de Breno.
Seja pela estrutura palmeirense como também pelos episódios de superação que ele sabe já terem sido ultrapassados pelo atleta e com direito a uma ousada promessa.
- Acredito que ele não terá dificuldade nenhuma na equipe do Palmeiras. Ele é um atleta muito frio dentro de campo. Já jogou várzea, aonde atletas entravam até armados, ameaças são normais nesses torneios amadores aqui em Belo Horizonte. Ele trabalhou seis anos comigo, tínhamos uma convivência de pai para filho, inúmeras situações, várias vezes ele pensou em desistir. Fico feliz que, com minha ajuda e o talento dele, conseguiu chegar onde eu sempre dizia e muitos não acreditavam que ele poderia, sim, chegar: na Série A. E chegou. O Palmeiras terá um dos melhores atacantes dos últimos cinco anos, pode escrever - finalizou Maranhão.