O técnico Oswaldo de Oliveira roubou a cena na parte final da palestra de abertura da Semana do Futebol promovida pela CBF. Com críticas à CBF, à imprensa e gafes, ele arrancou aplausos e risadas dos presentes.
Oswaldo foi chamado a participar do auditório com uma pergunta a ser colocada em discussão por Levir Culpi, técnico do Fluminense, Dunga, da Seleção, e Antonio Conte, da Itália. Mas, com o aval da apresentadora Vanessa Riche, foi mais além.
- Estou muito tempo sem trabalhar, tô nervoso para falar. Não aguento mais essa inatividade.
De cara, Oswaldo deu uma "raquetada" no futebol brasileiro, ao dizer que não há melhora fora de campo, ainda que a produção de jogadores de qualidade continue acontecendo.
- A gente não consegue nem organizar campeonatos. Não consegue reduzir o número de jogos.
O assunto descambou para outra crítica à CBF pela troca de treinador em 2012, quando Mano Menezes deu lugar a Luiz Felipe Scolari.
- Antes do Felipão, era o Mano, que não deveria ter saído - pontuou Oswaldo, que seguiu o discurso para defender Scolari e Parreira das críticas pós-Copa de 2014:
- Eu fui ao Maracanã ver a final da Copa das Confederações e fiquei até emocionado. Mas o que aconteceu de 13 para 14? O Julio César não jogava. Ele ligou para gente no Santos pedindo para jogar. O Marcelo virou reserva daquele português (Fábio Coentrão). Nossos analistas não tiveram a calma de olhar todo arcabouço e fazer um julgamento mais racional.
A defesa dos treinadores brasileiros prosseguiu, usando Fernando Diniz, do Audax-SP como exemplo.
- Há quatro anos ele faz esse trabalho. Ele ousa. Mas virou chacota. E aí vem o treinador português (Sérgio Vieira) e já fazem desenho na televisão. Ele precisou ganhar do São Paulo e do Corinthians, do resultado. Virou moda desqualificar o treinador e o jogador brasileiro - disse Oswaldo, aplaudido.
Na saída do palco, o treinador cometeu uma gafe ao se dirigir a Antonio Conte:
- Você é o Bruno Conti, de 1982?
Dunga interferiu:
- Não, é o Antonio, de 1994.
E não parou por aí. Conte e Levir Culpi foram presenteados com camisas da Seleção Brasileira personalizadas. E Oswaldo, já sentado no auditório, gritou:
- Dunga, tem para mim não? Também fui aí - brincou ele, arrancando gargalhadas.