Com modelos de gestão distintos, Bragantino e Fortaleza se enfrentam em briga pelo G4
Equipes apostam em administração responsável e colhem frutos dentro e fora das quatro linhas<br>
O debate sobre a transformação dos clubes em empresas ganhou força no Brasil recentemente. Com a nova regulamentação instaurada no país, clubes tradicionais como Athletico-PR, Botafogo e Cruzeiro demonstraram interesse em migrar para a SAF (Sociedade Anônima do Futebol).
Adversários neste sábado (13), Red Bull Bragantino e Fortaleza são a prova de que, independente do modelo adotado, o caminho para obter sucesso dentro e fora de campo é a competência administrativa.
>Aplicativo de resultados do LANCE! está disponível na versão iOS
A temporada atual já está marcada na história do Fortaleza. Além do título estadual, o Leão do Pici chegou à semifinal da Copa do Brasil pela primeira vez. No Brasileirão, o clube está no G4 e só depende de suas próprias forças para garantir a classificação inédita para a Copa Libertadores de 2022. Com um modelo associativo, a agremiação profissionalizou os seus departamentos, tem uma dívida que está entre as menores do país e é um exemplo de administração responsável.
Segundo Marcelo Paz, presidente do clube, todos os formatos de gestão são bem-vindos desde que sejam acompanhados de uma administração competente.
- Cada clube tem suas particularidades e entende qual formato é melhor. Sem dúvidas o modelo de S/A pode ser um salto considerável para algumas instituições, pois pode atrair o investidor e usar esse dinheiro imediatamente. Porém, o mais importante é fazer um trabalho administrativo de excelência, respeitando o orçamento e as finanças da instituição - declarou Paz.
No Bragantino, após a fusão entre o time de Bragança Paulista e a Red Bull, firmada em 2019, os resultados dentro de campo apareceram de forma imediata. No mesmo ano, o clube investiu em uma equipe qualificada e conquistou o título da Série B, chegando à elite do Campeonato Brasileiro. Nesta temporada, além de estar no G-4 da competição, o time enfrentará o Athlético-PR na final da Copa Sul-Americana. Caso vença a partida, será o segundo título da agremiação em apenas três anos de projeto.
Na opinião de especialistas, o modelo empresarial adotado pelos paulistas facilita planejamentos esportivos a longo prazo:
- A proposta do Red Bull Bragantino no Brasil é parecida com o que ocorre na Europa, nos Estados Unidos e em outros territórios. O Leipzig, da Alemanha, disputou algumas vezes fases avançadas e chegou nas semifinais da Liga dos Campeões, por exemplo. Isso não significa que o RB será campeão. Muitas vezes o resultado dentro de campo não é o ideal, mas a empresa tem apresentado até hoje comprometimento de longo prazo com seus projetos esportivos - afirmou Bruno Maia, CEO da empresa Feel The Match.
Com sistemas de organização distintos, Fortaleza e Bragantino apresentam um planejamento que trouxe, na temporada atual, boas campanhas no Brasileirão e em torneios de mata-mata.
O duelo deste sábado (13), válido pela 32ª rodada, é crucial na briga pela classificação à fase de grupos da Libertadores. Empatados com 49 pontos, o Leão do Pici está na quarta colocação pelos critérios de desempate enquanto o Massa Bruta, com um jogo a mais, ocupa a quinta posição do Campeonato Brasileiro.