O Estado do Ceará tornou-se a capital do futebol nordestino nos últimos anos. Fortaleza e Ceará, os dois clubes de maior expressão da região, estão juntos na elite do Campeonato Brasileiro desde 2019, quando o Leão do Pici garantiu o acesso após sagrar-se campeão da Série B em 2018. Além disso, são os dois últimos vencedores da Copa do Nordeste.
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Os resultados dentro de campo são reflexo do que os clubes vêm realizando fora das quatro linhas. As gestões recentes buscaram equilibrar as finanças e desenvolver projetos sólidos para figurarem entre os clubes de elite do Brasil.
Marcelo Paz foi eleito para de presidente do Fortaleza em 2018, ano do centenário do clube. Naquela oportunidade, o Leão conquistou o título da Série B do Brasileirão pela primeira vez e voltou à primeira divisão após 13 anos sem figurar entre os 20 melhores times do país.
Em 2019, o clube ainda faturou os títulos do Campeonato Cearense, da Copa do Nordeste e garantiu a permanência na Série A, com direito a classificação inédita para a Copa Sul-Americana. E, no ano passado, o bicampeonato estadual e mais uma vez a continuidade garantida na elite do Brasileirão pela terceira temporada consecutiva, outro feito inédito em sua história.
O Ceará, comandado pelo presidente Robinson de Castro, subiu para a Série A em 2017 e se mantém desde então. Em 2018, título do Campeonato Cearense e, em 2020, o troféu inédito da Copa do Nordeste. Para melhorar ainda mais, fez a melhor campanha de sua história na Série A do Brasileirão do ano passado, com 52 pontos e na 11ª colocação, posição que garantiu vaga na Copa Sul-Americana 2021.
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Fora dos gramados, os dois clubes conseguiram organizar suas finanças em meio a um cenário desafiador por conta da pandemia de Covid-19. Para ilustrar o tamanho do impacto: em 2019, o Fortaleza foi dono da segunda melhor média de público do Campeonato Brasileiro, atrás apenas do campeão Flamengo. Em 2020, com partidas sem a presença de torcedores, o tricolor não pôde contar com as receitas de bilheterias, um ativo de extrema importância.
'Uma regra que seguimos rigorosamente no Fortaleza é a de gastar apenas o que temos, isso é de extrema importância em nosso planejamento. Na pandemia, foi necessário montar uma logística financeira para enfrentarmos os desafios que, aliás, ainda estão presentes. Com muita força coletiva e compreensão, conseguimos cumprir com nossos compromissos e manter o clube na primeira divisão sem cometer exageros no âmbito financeiro', ressalta o presidente Marcelo Paz.
O Leão do Pici conseguiu, nos últimos anos, profissionalizar alguns departamentos internos, instaurou um sistema de compliance, que garante maior transparência e clareza nos objetivos, e também ampliou o número de lojas oficiais do clube. Uma marca importante da gestão de Marcelo Paz é a busca constante por maior exposição do Fortaleza com ativações e ações de marketing.
Paz falou sobre algumas das conquistas alcançadas fora dos gramados: 'O Fortaleza viveu uma transformação estrutural nos últimos anos. Hoje, temos uma gestão profissional, com diretores remunerados e especializados. Como o futebol não se resume aos títulos conquistados, nosso foco está sempre em construir uma gestão responsável'.
Fortaleza e Ceará são modelos e mostram o impacto que gestões bem realizadas podem causar dentro de campo. Equipes que não têm o mesmo poder aquisitivo e potencial de faturamento de outros clubes brasileiros, mas que conseguiram construir bases sólidas para figurar entre os principais times do país com frequência.