Horas depois das ações da operação "Game Over", da Polícia Civil, realizar prisões em três estados brasileiros, a entidade promoveu entrevista coletiva para dar explicações sobre os casos de manipulação de resultados no futebol. A delegada Kelly Cristina Cesar de Andrade ficou encarregada pela conferência com os jornalistas na 5ª Delegacia de Polícia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade).
- A operação ainda está sob sigilo judicial. Foi um inquérito instaurado pela delegacia a partir de uma requisição do Ministério Público, que começou no início do ano passado. A quadrilha atuava na maior parte do tempo em São Paulo e no Rio de Janeiro, ao lado de uma outra quadrilha, ainda desconhecida, proveniente de Malásia, China e Indonésia - explicou Kelly.
Ao todo, foram sete prisões realizadas nesta quarta-feira, com ações também no Ceará e no Rio Grande do Norte. No interior paulista, cidades como Bauru, Sorocaba, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto também fizeram parte do roteiro da investigação. A maior parte das suspeitas de manipulação de resultados vem de divisões inferiores e de base nos torneios estaduais.
- Essas quadrilhas atuam no Brasil a mando dos asiáticos, aliciando jogadores de torneios como a Série A2 e A3 do Campeonato Paulista. Nas regiões Norte e Nordeste, os casos ainda estão sendo apurados. O inquérito vai continuar, esta é só uma primeira fase. Vamos deter esses indivíduos e ouvi-los para descobrirmos a real extensão dessas quadrilhas - prosseguiu a delegada.
Kelly ainda exaltou o papel do também delegado Mário Sérgio Pinto nas investigações. Segundo ela, apenas Pinto está autorizado a passar mais detalhes sobre o caso de manipulação de resultados em sites de apostas na Ásia. Os detidos, a maioria ainda sem ter a identidade divulgada, ficarão em uma Delegacia Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP).