Em depoimento à CPI, Del Nero nega acusações de corrupção: ‘Tudo que acumulei foi fruto de trabalho árduo’
Dirigente, licenciado da CBF desde que apareceu entre investigados pelo FBI, também declarou que não viaja para fora do Brasil por recomendação de advogados
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O presidente licenciado da CBF, Marco Polo del Nero, depôs nesta quarta-feira na CPI do Futebol, no Senado Federal, sobre as acusações de envolvimento no esquema de propinas no futebol investigado pelo Departamento de Justiça Americano. O dirigente se declarou inocente, atribuiu os fatos a períodos anteriores à sua gestão - o cartola assumiu em abril deste ano - e respondeu com negativas a uma série de perguntas dos congressistas.
- Desde que assumi, venho trabalhando para que o futebol seja tocado dentro da boa conduta. Chego a esta comissão sob o impacto de me ver alvo de uma investigação do FBI. Confesso que em nenhum dos procedimentos foi me dado o direito de saber os detalhes. Eu me defenderei em todos os foros adequados e não tenho dúvida da minha inocência. Tudo o que acumulei foi fruto do meu trabalho árduo.
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Del Nero foi questionado pelos senadores sobre o fato de não ter mais viajado para o exterior desde que ocorreu a primeira operação do FBI, durante congresso da Fifa em maio passado. A ação resultou na prisão, e posterior extradição, de José Maria Marin, seu antecessor no cargo. O cartola afirmou não ter mais viajado por recomendação dos seus advogados e justificou ter se licenciado do comando da entidade para defender-se das acusações constantes do relatório do FBI, a polícia federal americana.
"Eu não sou corrupto. A CBF tem a sua presidência e 200 funcionários. Respeito todos eles"
Um dos maiores críticos da CBF, o senador Romário tomou a palavra várias vezes para atacar Del Nero e seus antecessores, Ricardo Teixeira, também investigado pelo FBI, e José Maria Marin. O parlamentar chegou a chamar o dirigente de "ladrão e mentiroso" e pediu que ele renuncie ao cargo.
- Esses atos de corrupção do senhor, do Ricardo Teixeira, José Maria Marin e outros aliados são realmente o câncer do nosso futebol. Por isso estamos vivendo esse momento ridículo tanto dentro quanto fora de campo. Isso não é pergunta não, é afirmação - declarou o senador, que ouviu de Del Nero, na sequência.
- (A CBF) Não é corrupta. Não que eu saiba.
Confira as principais declarações de Del Nero à CPI:
ACUSAÇÕES DO DEPARTAMENTO DE JUSTIÇA AMERICANA
- Eu me defenderei com a certeza absoluta da minha inocência. Não tenho o que esconder. Tomei a iniciativa de me afastar da presidência da CBF para me dedicar à minha defesa e evitar influência nas investigações. Mantenho absoluta convicção de que ao final provarei a correção das minhas condutas.
- As investigações mostrarão a correção de minha conduta. Sou acusado de forma injusta, mas não me surpreende. Entendo que todos que estamos em altos cargos no futebol podemos ser questionados. Eu me defenderei. Não tenho o que esconder.
- Tudo que tenho é fruto da vida inteira de um trabalho árduo.
Confira alguns trechos do depoimento:
CORRUPÇÃO NA CBF
"Eu não sou corrupto. A CBF tem sua presidência e 200 funcionários. Respeito todos"
"Na CBF, não tem caixa 2, não tem corrupção"
PERÍODO SEM VIAJAR PARA O EXTERIOR
- Meus advogados me aconselharam a não viajar.
- Entendi que naquele momento (prisão de Marin e escândalo da Fifa) era estar no meu país em um momento crítico.
FATURAMENTO DO COL (Comitê Organizador da Copa de 2014)
- Posso assegurar que é inverídica a informação de que entrei no COL em 2012. Entrei em abril de 2015, quase um ano depois da Copa. É inverídico que entrei em todas as reuniões do COL.
- Eu não participava da atividade. Auditoria é feita pela Fifa. Não pedi acesso aos dados. Sinceramente não pedi. Considero dentro de uma normalidade.
REUNIÕES COM MARIN E J.HAWILLA PARA DISCUTIR PROPINA
- Nunca estive reunido com Marin e Hawilla. Essas gravações que constam no FBI não podem ser verdadeiras.
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