Depoimento de quarto árbitro da final é marcado por contradições
Adriano Miranda diz que Dionísio Domingo não era tutor da arbitragem na final, como relataram quinto árbitro, assistentes e delegado. Nesta função, ele poderia ficar no campo
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Adriano de Assis Miranda, quarto árbitro na decisão do Campeonato Paulista deste ano, deu um depoimento marcado por contradições na sede do TJD-SP, nesta terça-feira. O órgão ouviu toda a equipe de arbitragem da partida para apurar se houve interferência externa na anulação do pênalti do corintiano Ralf sobre Dudu, como alega o Palmeiras. As oitivas seguem em andamento.
O quinto árbitro (Alberto Poletta Masseira), o delegado da partida (Agnaldo Vieira) e os dois assistentes (Anderson José de Moraes Coelho e Daniel Paulo Ziolli) disseram que Dionísio Roberto Domingos, diretor de arbitragem da Federação Paulista de Futebol, foi tutor da arbitragem naquela partida ao lado de José Henrique de Carvalho. O tutor tem autorização para ficar à beira do gramado, para onde Dionísio se dirigiu logo após a marcação do pênalti - como mostraram imagens divulgadas pelo Palmeiras e usadas durante os depoimentos desta tarde.
O quarto árbitro, porém, disse que Dionísio não era tutor naquela partida e estava apenas acompanhando o trabalho de José Henrique de Carvalho. Ao ser questionado sobre o motivo de Dionísio estar ali naquele momento, disse que não tinha como responder. Mas afirmou que ele não passou nenhuma informação externa para a equipe de arbitragem.
Adriano de Assis Miranda também entrou em contradição ao relatar atos hostis de jogadores do Palmeiras, como Dudu, que teria atirado a bola em sua direção. Bastante questionado pelos membros do tribunal e pela defesa do Palmeiras por não ter citado estes episódios na súmula, recuou e disse que não houve nenhum desrespeito.
Adriano chegou a dizer que Dionísio esteve no hotel em que a equipe de arbitragem fez a planificação do jogo, na véspera da final, mas depois se desmentiu.
O quarto árbitro manteve a versão dada por Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza, árbitro da partida, na súmula e em diversas entrevistas. Disse que falou a palavra "canto" (para indicar tiro de canto) no sistema de som logo após a marcação do pênalti, mas não foi ouvido devido à aglomeração de jogadores. Ele diz que o corintiano Gabriel o ouviu dizer "canto" e pediu que ele corresse até o árbitro para avisá-lo.
Adriano ainda afirmou que não foi imediatamente até Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza porque não conseguiu se livrar rapidamente do cerco feito pelos atletas, e o procedimento padrão é conversar longe dos jogadores.
Após colher os depoimentos, o TJD-SP pretende levar o caso a julgamento na próxima semana. Na hipótese mais severa, é possível até que se cogite a impugnação da decisão.
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